É
ainda em forma de pergunta que o blog
coloca a questão. Os meus leitores ter-se-ão dado conta que muitas dúvidas têm
surgido a tal propósito. Em fenômeno dessas proporções, o observador chega
até a apelar para a nescidade como argumento contrário à afirmação de tal
comportamento.
No
entanto, em um flagelo tal, acreditar que seja possível buscar diminuir-lhe a
amplitude através da censura ditatorial, intentando encontrar motivações
positivas na respectiva redução do fenômeno, redução esta, seja de pronto esclarecido, venha a ser implementada pelos sinuosos
caminhos da ocultação e da própria mentira estatística, se, na verdade,
corresponde tal atitude à realidade, ela
só demonstra descomunal pobreza de raciocínio, eis que a liderança de Beijing acreditaria possível
surripiar a verdade em tal proporção, o que estaria em contraposição tanto ao
bom senso, quanto à experiência no que tange a tais fenômenos com comprovados
efeitos maléficos mundiais. As
consequências globais de tais pandemias
- como a própria designação já o indica - além de dificilmente quantificáveis
na magnitude, tais flagelos tendem a ser
mundiais, e, por conseguinte, de dimensões em que a catástrofe constitui a
característica precípua e dominante.
Dessarte, o sonho de vestir essa mega-catástrofe humana com as apertadas
vesti-mentas da miniaturização estatística não é sonho nem de Barão de Munchausen, e muito menos de
alguém que possa ambicionar a designação de estadista, porque para tanto se
pressupõe bom senso e inteligência superior, o que no caso presente semelha
fazer falta ao atual líder máximo da República Popular da China.
Tentar
vestir essa catástrofe, uma pandemia da força da covid-19,
que em poucos meses, nas suas miseráveis e mortíferas passadas, já abarca quase
todo o globo terráqueo, dá um pouco ideia da capacidade mental do presente imperador
chinês e de sua coorte, que pensaram
possível transformar em trêfega jogada de promoção a capacidade
tecnológica do Império do Meio, sem sequer ter presente que a mentira por onde
apareça terá sempre as pernas curtas das mentes pequenas que a conjuminam,
tangidos que são pela visão acanhada de quem não mede as consequências das respectivas torpes ambições, como se aqui
se tratasse de engrupir os poderes mentais de simples aldeões...
Os ditadores, não
importa os trajes e a arrogância, terão
sempre as mesmas limitações e Xi Jinping não é, por certo, avis rara neste rebanho.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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