Para
a colunista Eliane Cantanhêde, competente observadora de Brasília e de muitos
governos, na atual confusão política, advinda em boa parte do comportamento
errático do Presidente Jair Bolsonaro, assinalo, uma vez mais, a relevância de
ler a sua coluna hodierna, sob o título "Suicídio".
De todo
interesse, a referida imagem do superministro Paulo Guedes, durante o
pronunciamento do presidente Bolsonaro:
era o único a portar máscara, em mangas de camisa e sem sapatos, só de meias, e
no entender da colunista parecia seguir os passos do já ex-ministro Sérgio
Moro: se está lixando para o cargo e para Bolsonaro. Fim de festa. Assim o
descreveu a tarimbada jornalista.
Para a Cantanhêde,
só agora os militares de alta patente admitem: 'com o governo se esfarelando,
um militar de alta patente define o
clima: "Muita tristeza". E segue: 'Junto com o governo, esfarelam-se
os sonhos de por ordem na bagunça, combater com Moro a corrupção e o crime
organizado, recuperar com Guedes a economia, os empregos e a esperança.
Seria impossível com um tenente
rechaçado, depois um parlamentar inútil. Mas só agora eles admitem. Talvez,
tarde demais para descolar as Forças Armadas do desastre. Triste mesmo.'
Ainda
segundo a Cantanhêde, "Bolsonaro é
incansável em seus movimentos suicidas, envolto em sombras, combatendo inimigos
por toda parte, fazendo só o que lhe dá
na cabeça. Ou o que os filhos lhe põem na cabeça. Por que a obsessão em demitir
o delegado Maurício Valeixo da Polícia Federal? Em nomear um pau-mandado na PF do Rio, sua
base? E abrir crise na PF e derrubar Moro, o maior troféu do governo, dias
depois de Mandetta e em meio ao caos?"
A
tal propósito, creio relevante a observação do então Ministro Sérgio Moro, ao
pedir "a razão de tudo isso". A resposta, para a Cantanhêde
"está na psicologia, egolatria, medo, culpa e na proteção dos filhos
01,02 e 03 de investigações sobre rachadinhas, fake news, gabinete do ódio e organização e financiamento de atos
golpistas. Ante pandemia, mais de 4 mil mortos, o desespero de empresários,
empregados e Ministério da Economia,
Bolsonaro só pensou nele e nos filhos."
E
cabe mais um excerto do artigo da Cantanhêde: "O pronunciamento foi sobre
ele, ele e ele. Por que demitir Valeixo? Porque, depois de milhares de horas de
investigações, a PF não concluíu o que "ele"
queria: que a facada foi um complô, quem sabe da China comunista? E Valeixo não
atropelou as leis e o MP-RJ nas investigações sobre Marielle, o condomínio da
Barra da Tijuca e as namoradas do filho 04".
E
para terminar, segundo a colunista "a Bolsonaro e Moro resta uma acareação
jurídica, política e midiática. Bolsonaro não entende nada dessa seara (...)
mas Moro estará em seu habitat. Se um afunda, o outro
emerge na política, o que pode dar em tudo ou nada, mas passa a ser o grande
pesadelo de um ser conturbado e sob risco real de impeachment."
(
Fonte: O Estado de S. Paulo, artigo Suicídio, de E. Cantanhêde)
Nenhum comentário:
Postar um comentário