A Inflação de Volta
Manchetes praticamente idênticas nos jornalões O Globo
e Folha de S. Paulo sublinham tanto a
incômoda presença, quanto a gravidade do problema. ,
Reponta a inflação nos cabeçalhos “ Alta
dos preços já derruba vendas em supermercados” (O Globo) e “ Alta de alimentos derruba vendas de
supermercados” (Folha). Sabemos que a Presidente Dilma está preocupada com a questão, e a última indicação disso se encontra no almoço realizado no Planalto.
Sem embargo, tampouco se desconhece que o repique da inflação é uma decorrência do comportamento da Presidenta e de sua Administração. O seu defasado desenvolvimentismo está no bojo dessa crise, e ele se reflete em posturas equivocadas, como a manutenção da taxa Selic em um nível demasiado baixo, não compatível com as pressões inflacionárias atuantes no mercado.
Se não é o espaço para deplorar as oportunidades perdidas no que tange às reformas fiscal e política, não encetadas no início do mandato, não se pode deixar de lamentar as várias praticas na Fazenda e alhures com desenvoltura que relembra o período inflacionário.
Exprobrar verbalmente a carestia é repetir tática superada, eis que o dragão se lixa solenemente para tal postura.
No seu ágape dedicado a levantar ideias para combater a inflação, a presidenta mandou mais uma mensagem equivocada ao mercado, eis que parece considerar a carestia problema partidário, quando é abrangente e nacional. Se se convida com base em cor política, corre-se o risco de dar mais um tiro n´água.
Quando a ameaça é séria, o interesse nacional é que gente com experiência na matéria e que além de outros títulos, tenha galardões de haver no passado resolvido o problema deva igualmente estar presente nas deliberações.
Foi o que singularmente não ocorreu no almoço do começo desta semana no Planalto. Os convidados são decerto ilustres e com experiência econômica e financeira. Seria bom que também estivessem presentes brasileiros que participaram do único plano que teve sucesso em dominar a inflação. Ou será que o que devam dizer não seria do agrado da Presidenta ?
Os remédios podem ser, por vezes amargos, mas, se são os apropriados, carecem de ser aplicados. Nesses casos, a ideologia só tende a complicar as coisas.
Decidir
por impacto momentâneo pode não ser a opção correta. No entanto, o crime brutal
contra Vitor Hugo Deppman, de
dezenove anos, assassinado por um de menor, apesar de não haver reagido ao
criminoso e ter entregue o celular, tem tudo para chocar a opinião pública e o
próprio Governador Geraldo Alckmin.
Nesse
momento, chovem os comentaristas, colunistas e especialistas, recomendando
cautela. Foi, aliás, o comportamento da
vítima, que de nada lhe valeu. Mas, para seu infortúnio, na lógica brutal da impunidade assegurada aos de menores, como no caso presente, tal
não foi a conduta do assassino que hoje completa dezoito anos, e que por dois
ou três dias, escapa de qualquer pena.O estatuto da criança e do adolescente deve ser modificado. Estarrece que aos dezesseis anos o legislador julga o adolescente capacitado a votar para Presidente de República, mas isento de qualquer pena, em matéria criminal. Não há de surpreender que esse laxismo desperte revolta toda vez que vemos homicídios como o sofrido por Vitor Hugo praticados com tamanha crueldade. Não é de resto segredo que o passe livre para os delitos mais graves tem sido utilizado pelo crime organizado, que se valhe muita vez dos de menores.
Nos tempos modernos e haja vista a legislação de outros países civilizados, estranha sobremaneira a benignidade reservada aos de menores, como acintosamente vincado pelas características do crime que vitimou o jovem universitário.
O seu nome homenageia um escritor célebre, que no romance Os Miseráveis combatera as penas excessivas da legislação de seu século. Seria interessante saber de sua atônita surpresa se informado da deslavada malignidade que decretou, por motivo vil e torpe, a morte, aos dezenove anos de um estudante.
( Fontes: Folha de S. Paulo, O
Globo )
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