segunda-feira, 1 de abril de 2013

Acosso à Família do Nobel; 2a. Guerra Mundial

           

                             Quem tem medo do Nobel Liu Xiaobo ?          

            Apesar de condenado a onze de prisão pelo ignóbil truque de ter ganho o Prêmio Nobel da Paz – sob o diáfano véu do plano subversivo de substituir o domínio monocrático do PCC por ampla transformação democrática – Liu Xiaobo, ao parecer, continua a preocupar os apparatchiks chineses.
             Em uma jogada interpretada como tendente a intimidar Liu Xia (esposa do Prêmio Nobel) de vir a desrespeitar a iniqua (e ilegal) prisão domiciliar em que se encontra, o cunhado de Liu Xiaobo, Liu Hui corre o risco de ter de responder em juízo a acusações de fraude. Segundo advogado da família, trata-se de mal-disfarçada tentativa de intimidação da esposa Liu Xia, que não mais suportando o tratamento infligido a seu marido em longínquo cárcere provinciano, viesse a público.
              Como se sabe, no sinuoso jogo chinês da liberdade, se trataria de testar se são para valer os compromissos do novo Presidente Xi Jinping de respeitar a lei se poderiam acaso estender à proibição de detenções extra-judiciais. É a teoria de um ativista de direitos humanos Hu  Jia (que visitou Liu  Xia em fins de 2012, e que depois não mais logrou fazê-lo).
              Consoante essa teoria, a prisão de Liu Hui, irmão de Liu Xia, visa a intimidar   a esposa do Prêmio Nobel de expor o tratamento dado a seu marido, e a tornar-se uma espécie de símbolo da repressão à liberdade na RPC.


A Segunda Guerra Mundial, de Antony Beevor

                Dentre as minhas leituras, devo assinalar que a história das guerras não se encontra entre as minhas mais altas prioridades. No entanto, pelas recomendações colhidas do autor e a necessidade de dispor de uma obra  abrangente, equilibrada e satisfatória, me dispus a ler “A Segunda Guerra Mundial”, de Antony Beevor, publicada pela Little, Brown and Co., de New York.
                O autor, de nacionalidade britânica, é sobretudo conhecido pela obra “O Dia D”.  Sem querer fazer  crítica abrangente do livro, que tem 783 pp. de texto, e com índice onomástico e notas alcança 863 pp., o leitor que busca informar-se sobre os vários teatros da Segunda Guerra recolhe uma idéia bastante satisfatória não só da evolução do conflito, mas também das causas de eventuais tropeços e de peculiaridades dos diversos comandantes.
                A nacionalidade britânica de Beevor pode ser intuída em alguns trechos do livro, mas a isenção do autor e o seu espírito objetivo estão felizmente presentes em toda a obra.
                Há alguns pontos que me parecem marcantes. A grande antipatia votada por Franklin Delano Roosevelt, o presidente estadunidense, falecido de hemorragia cerebral a doze de abril de 1945, contra o General Charles de Gaulle, torna bastante provável, se vivo estivesse na distribuição dos assentos permanentes no Conselho de Segurança, a sua preferência pelo Brasil teria sido mantida.
                Sem querer delongar-me nos vários pontos de interesse – o caráter vaidoso e um tanto superficial do comandante britânico, o Marechal-de-Campo Bernard Montgomery; as indecisões do General Dwight D. Eisenhower, inclusive a sua renúncia no ataque final a Berlin, entregue ao Exército Vermelho, a grande contribuição dada por Adolf Hitler, por suas repetidas intromissões no comando da Wehrmacht, para apressar a vitória dos Aliados, o caráter errático das intervenções de Winston Churchill, muita vez ignoradas pelos próprios comandantes ingleses, e enfim o tratamento abaixo da crítica reservado pelos Aliados à Polônia, o que se deve a uma atitude beirando cautela excessiva (entregaram a Polônia livre à própria sorte no que concerne ao exército soviético, chegando ao cúmulo de proibir os poloneses de participarem da marcha da vitória, eles que tanto tinham feito para enfrentar os alemães, como na Blitzkrieg, quando os melhores aviadores de Sua Majestade foram... os poloneses ).
                 O outro tópico que me despertou muita atenção foi a campanha da Itália. Segui com minudência a participação aliada – ao lado do exército americano – nas batalhas contra as forças alemãs do Marechal de Campo Albert Kesselring. Conhecendo da FEB e da divisão brasileira que atuou nessa fase derradeira da guerra, devo confessar que, com as nossas referências amiudadas à grande vitória de Monte Castelo e à participação da FEB nesse feito militar, a minha estranheza foi aumentando com a falta de qualquer menção aos nossos pracinhas, o que vinha em contradição a toda a narrativa brasileira desse teatro de operações.
                 A cada página de descrição dessa fase de uma guerra em cenário montanhoso, contra um comandante (Kesselring) de conhecida habilidade, a minha estranheza não deixou de crescer porque, a par das referências à bravura dos poloneses (e há um vasto cemitério a atestar do número de soldados daquele país que caíram no esforço de superar a considerável barreira militar e sobretudo natural das montanhas), o que continuou a surpreender-me está na circunstância de que não há qualquer referência a ações heróicas da divisão brasileira. Consta, aliás, do Brasil, uma isolada e única menção, feita em conjunto a outras nacionalidades.
                Nesse contexto, semelha relevante a releitura do verbete dedicado à Força Expedicionária Brasileira, pela Enciclopédia Delta-Larousse (1972). Sem patriotadas mas de forma objetiva, o verbete transmite uma idéia de o que foi o nobre esforço de nossa FEB, e de contingente jogado em condições difíceis e em ambiente inóspito, e que se saíu a contento.
 

(Fontes:, International Herald Tribune, Beevor’s The Second World War, Enciclopédia Delta Larousse)

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