O Presidente do Supremo
Há
nítida discrepância entre, de um lado editoriais e alguns colunistas, e a
opinião pública de outro, no que concerne ao comportamento do Presidente
Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal.
É
segredo de Polichinelo que o novo Presidente, com sua franqueza e coragem incomoda a certos
segmentos do jornalismo. Tampouco é por acaso que isso ocorra. Pois, a despeito
da linguagem por vezes críptica, velhas alianças e extensos contatos não deixam
de repontar, nas críticas tortuosas mas ao final bastante óbvias dardejadas
contra este homo novus, que não tem
papas na língua, e que não hesitou em condenar a turma do Mensalão, num inédito
e público foro, que tanto desagradara a José Dirceu.Será pela mesma razão que Joaquim Barbosa será sempre bem-vindo em lugares públicos, por mais díspares que sejam. A sua alta aceitação pela opinião pública exacerba entrementes muitas atitudes que são sinuosas e que levam no próprio bojo veladas ameaças.
Dessarte, a certa imprensa incomoda o acesso desimpedido a uma audiência. Preferiria acaso as confidências das fontes ocultas ? Chega a julgar fracas as críticas dos presidentes das associações de magistrados, malgrado acoimem a elevação do Presidente Barbosa como um equívoco histórico. Acham despropositado que o Presidente do STF censure quem o aparteia, e que sinalize as atenções devidas, por causa de sua presença institucional, à sala onde se realiza a audiência.
Quanto mais acenem com obscuras e nunca verbalizadas reações ao seu comportamento altaneiro, mais se apequenam os críticos, de intra e extra muros, e mais cresce a aprovação de presidente de poder que é a viva expressão do fortalecimento da democracia brasileira, e em todas as direções.
Não admira, portanto, que os críticos – e sempre os haverá – venham a ranger e esbravejar, enquanto a sociedade civil, a opinião pública – e não a opinião publicada, que estaria mais a gosto dessa gente mofina – aprove e aplauda a atitude de quem, por meio de um juízo sem véus nem câmaras secretas, já se afirmara por julgar, sem medo, titubeios e eventuais conveniências políticas, os que pensaram estar acima da lei.
Advertência de Frau Merkel ao Presidente Putin
Após a
visita protocolar aos pavilhões da grande Feira Comercial de Hanover do
Presidente Vladimir Putin, na companhia da Chanceler Angela Merkel, houve dois
momentos midiáticos na visita do Chefe de Estado Russo.
É
conhecida a importância do comércio bilateral entre os dois países, comércio
este que remonta a princípios da Idade Média, e teve a sua face mais pacífica
na Liga Hanseática. Colocada essa basilar premissa, ganham realce as palavras
de censura proferidas pela Chanceler ao tratamento dado pela Rússia às
organizações não-governamentais. A
intervenção assume ainda maior importância, se notarmos que Frau Merkel é o
primeiro dirigente ocidental a manifestar tal posição ao Presidente Putin.A espécie e a desaprovação pelas operações de busca e apreensão feitas pela polícia russa de estrangeiras – que incluíram duas das mais respeitadas fundações políticas alemãs – com o confisco de documentos e equipamentos.
Merkel sublinhou que sinalizara a Putin que uma vibrante sociedade civil só pode existir se as organizações respectivas podem trabalhar sem medo ou preocupação (concern).
A outra manifestação de protesto foi realizada por jovens mulheres com os seios à mostra, dentro do padrão do grupo ucraniano Femen. Gospodin Putin sorriu amarelo quando se deparou com o avanço das moças no habitual topless. Mais tarde, disse aos repórteres haver apreciado (enjoyed) o protesto. E tampouco perdeu a ocasião de esgrimir a própria pesada ironia, ao dizer que os organizadores da feira deveriam agradecer a essas mulheres por tais ações (antics), “porque sem elas, se falaria menos da feira comercial”.
(Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo, International
Herald Tribune )
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