Concessão do Nobel da Paz a Obama
É mais do que compreensível a surpresa diante da concessão do Prêmio Nobel da Paz a Barack Obama. O anúncio do presidente do comitê do Nobel, o norueguês Thorbjoern Jagland, foi recebido com estupor pelo grupo de repórteres. O próprio Obama se disse surpreendido, ao aceitar a honraria.
Se vários presidentes americanos receberam no passado o galardão, o Nobel lhes fora sempre outorgado por realizações prestadas. No caso presente, com apenas nove meses de governo, Obama recebe o prêmio pelas suas intenções em prol da paz mundial.
Por mais que se contemple com simpatia e se façam os melhores votos pelo êxito do mandatário americano, a fundamentação do prêmio cria perplexidade porque para o comum dos mortais o critério válido para este prêmio são as realizações efetivas em prol da colimada paz, seja geral, seja regional, e nunca os desejos e intenções de alcançá-la.
O próprio Obama preferiu entender a atribuição desse modo: “Aceitarei o prêmio como um chamado para a ação, um chamado a todas as nações para enfrentarem os desafios do século XXI.”
A Ditadura Iraniana (contd.)
Como se sabe, para lograr manter o seu protegido Mahmoud Ahmadinejad na presidência, após as eleições fraudulentas de doze de junho, o Supremo Líder Ali Khamenei teve de estreitar a própria aliança com o complexo das forças de segurança. Nesse sentido, o Corpo dos Guardas Revolucionários, i.e., o Exército iraniano se tem movido agressivamente para aumentar a respectiva presença no Estado. A sua ação mais recente para tanto foi a aquisição do controle majoritário do monopólio de telecomunicações, por um montante de oito bilhões de dólares.
A iniciativa avivou os temores do surgimento de um pseudo-governo no Parlamento, a tal ponto que alguns membros do Corpo Legislativo intentam investigar o negócio.
Ao ensejo da fundação da República Islâmica, após a queda do Xá Reza Pahlevi, foi instituído o Corpo de Guardas Revolucionários. Entendido como força militar de elite, em função de seu genérico mandato – proteger a Revolução – tem permitido ao estamento militar avançar muito além de seus estritos fins castrenses, para tornar-se a mais poderosa força política e econômica no Irã.
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Por outro lado, a deterioração da situação política iraniana se agravou, com a sentença de morte pronunciada pela justiça revolucionária contra um dos manifestantes presos, por ocasião dos multitudinários protestos contra a forjada eleição de Ahmadinejad.
Trata-se de Mohammad-Reza Ali Zamani, membro do grupo denominado Assembleia do Reino do Irã, considerado terrorista pelos ayatollahs por empenhar-se em restaurar o xá no trono, em substituição à teocracia iraniana.
A sentença capital foi dada a conhecer através da Internet. As autoridades iranianas se recusaram a confirmar ou a denegar a notícia.
Em decorrência das manifestações populares contra a fraude eleitoral, cerca de trinta pessoas foram mortas e milhares aprisionadas. Em consequência centenas destas tem sido submetidas aos chamados juízos revolucionários.
Prêmio Nobel de Literatura
Herta Müller, nascida na Romênia, porém radicada na Alemanha, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. A senhora Müller, que escreve em alemão, recebeu o galardão pelo conjunto de dezenove obras. Na sua motivação, a Acadêmia sueca assinalou que ela, ‘com a concentração da poesia e a franqueza da prosa descreve a paisagem dos despossuídos.’ Müller, de cinquenta e seis anos, é a décima terceira dos escritores em língua alemã a serem premiados com o Nobel, desde o seu lançamento em 1901.
Nesse contexto, o secretario permanente da Academia Sueca, Peter Englund, criticara dois dias antes a comissão do júri por ser demasiado ‘eurocêntrica’. É de notar, a respeito, que os europeus ganharam nove dos últimos dez prêmios Nobel de Literatura.
sábado, 10 de outubro de 2009
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