segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

O que falta no Brasil é um maestro

Perguntado sobre a situação atual dos hospitais do Amazonas, assim respondeu  Jesem Orellana, epidemiologista da Fiocruz Amazônia: 

"Por mais que a questão do oxigênio se tenha estabilizado em alguns hospitais, a situação continua muito grave.  Os hospitais estão lotados, as pessoas estão morrendo em casa. Talvez daqui a umas duas ou três semanas, a gente tenha uma queda de internações por causa da quarentena decretada na semana do colapso pelo governo do Estado, mas o que estamos vivendo agora é reflexo das infecções que ocorreram no período de Natal e Ano novo.  Por isso, o cenário ainda é preocupante. "

"Qual é o impacto da nova variante sobre a recente onda de casos no Amazonas? 

"A gente está quase certo de que essa cepa é mais contagiosa, mas precisamos de estudos mais complexos para nos fornecer informações seguras sobre isso e sobre a letalidade. Isso deve ocorrer só em dois ou três meses."

"Outros Estados deveriam decretar uma quarentena mais rígida agora, mesmo sem a confirmação da circulação da nova cepa em seus territórios? "

"Orellana. Com certeza.  A situação que temos agora já justifica um lockdown,  mas é preciso coordenação nacional e medidas de auxílio a autônomos e pequenos empresários para que eles não morram de fome. Se não tiver isso, não adianta fazer lockdown, porque a população não vai aderir. O  Pará, por exemplo, decretou lockdown, mas Rondônia,  vizinho do Amazonas, e que está à beira do colapso, não fez o mesmo.  

                   O que falta no Brasil é um maestro.  Não temos um <Ministério da Saúde coordenando. É como ter um time de futebol sem técnico. "

(Fonte: O Estado de S. Paulo)

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