sábado, 21 de março de 2020

A Tragédia da Itália


                                            
     Está acontecendo uma real e verdadeira tragédia na Itália e, muito em especial, na Lombardia. Como se a sinistra progressão das mortes naquele país europeu ainda admitisse macabros incrementos, em apenas 24 horas, 637 pessoas morreram nesse país de tanta Historia e de papel tão relevante, não só na Política através do Império Romano, senão na Religião, com a instituição do Catolicismo, e a presença pontifical do Papado, através de milênios.

        As agências noticiosas registram um ulterior agravamento da pandemia: em apenas 24 horas, 627 pessoas morreram. O macabro total de mortes sobe para 4.032, e o total  de óbitos  é de 4.032, em um macabro crescimento de 18,4% em um único dia, o maior em termos absolutos desde o início da relação dos contágios há um mês.

          Nesse tétrico caminho, a Itália ultrapassou a China como o país a marcar mais vítimas fatais dessa enfermidade, com mais de quatro milhares - como referido acima - e em uma tétrica ironia, a que tenho horror de referir,  essa macabra ultrapassagem da China pela Itália, pois 627 vítimas em uma única jornada pesam não só no amado Povo italiano, mas perante todo o mundo, pois que a Itália já registre como país a maior carga de vítimas fatais se afigura não só para o Povo itálico, mas também para os admiradores desse grande-pequeno país uma sárcina cruel e impiedosa, que o faz suportar um total que se afigura como uma exação muito além de que imaginar-se possa, em termos de brutal crueldade, que um país como as dimensões da Itália possa, com suas ora quatro mil e trinte duas mortes venha a ultrapassar  o total de chineses que foram ceifados por essa grande desgraça demográfica.
           Nesse macabro contexto, a Lombardia constitui a região mais gravemente atingida: se na Itália são 47.021 os infectados, a região lombarda registra 22.264  infectados e 2.540 óbitos. Na sexta-feira, a Lombardia, através de seu Governador Attilio Fontana, solicitou a intervenção do Exército, em comunicação dirigida ao Primeiro Ministro Giuseppe Conte e ao Presidente da República Sergio Mattarella.
            Já no início da noite, o Presidente Mattarella telefonou para o Governador Fontana e segundo o governador da Lombardia, autorizou o emprego dos militares. "A presença dos militares tem um grande efeito de dissuasão. As pessoas pensam duas vezes antes de sair de casa, quando vêem passar uma patrulha do Exército", declarou o Governador, durante entrevista ao programa televisivo Mattino Cinque.

             Com se intui, a decisão de pedir a intervenção do Exército foi tomada em razão do grande número de pessoas que (tristemente) ainda descumprem as indicações do Governo quanto à necessidade do confinamento.  Para Fontana, apenas 40% da população cumpre a quarentena.  Nesse contexto, o governador declarou: "Pedi a eles (Exército) que as normas sejam aplicadas de forma mais rigorosa."  Ainda no contexto dessa enfermidade, existe para Fontana a possibilidade de transferir  alguns infectados para outras regiões da Itália, uma vez que o sistema sanitário local se acha à beira do colapso.  Não obstante, o governador afirmou que há pouca probabilidade de a medida ser posta em prática. Em tal sentido, o governador Fontana alertou: "O resto do País tem seus problemas próprios. Nossos médicos estão no limite, não podem fazer mais.  Estou muito preocupado com a possibilidade de que eles, além de enfermeiros e motoristas de ambulâncias, venham a perecer fisicamente (isto é, serem contagiados pela doença). "
              Para que se tenha ideia de gravidade do quadro com que se defronta a Lombardia, o jornal católico Avvenire confirmou que pelo menos dez sacerdotes morreram infectados pelo coronavírus  na diocese de Bergamo, uma das cidades da Lombardia mais afetadas pela pandemia. Segundo o periódico "L'Eco di Bergamo" outros cinco padres morreram na diocese de Parma, dois em Milão, dois em Cremona e um em Brescia.
               Os relatos - que evidenciam o empenho dos religiosos católicos na luta contra essa terrível enfermidade -são de que muitos padres estão infectados em toda a Bota italiana, e alguns se acham internados em UTIs. "Equipados com máscara, gorro, luvas, blusa e óculos, os padres caminham pelos corredores como zumbis", asseverou Claudio del Monte, sacerdote de uma das paróquias de Bérgamo.
                Se é  impressionante e mesmo gratificante verificar-se o quanto a religião católica é uma das instituições mais atuantes e, por conseguinte, presentes em toda a República da Itália,  constitui um quadro relevante para ver-se o quanto a luta da população e do corpo médico colhe da ajuda incansável desses ministros da Fé, na sua presença engajada, que traduz a relevância que o catolicismo tem para a Itália como Nação e como residência de Sua Santidade o Papa.
                  Não é, portanto, por fatores acidentais, que pelo menos dez sacerdotes morreram infectados pelo coronavírus apenas na diocese de Bérgamo, que é uma das cidades da Lombardia mais afetadas pela pandemia. Segundo o jornal L'Eco di Bergamo, outros cinco padres morreram na diocese de Parma, dois em Milano, dois em Cremona, e um em Brescia.

                   No quadro desse empenho, os relatos são de que muitos sacerdotes estão infectados em todo o pais, e alguns mesmo  se acham internados em unidades de terapia intensiva (UTIs). "Equipados com máscara, gorro, luvas,blusa e óculos, os padres caminham pelos corredores hospitalares como zumbis", como afirma  Claudio del Monte, sacerdote de uma das muitas paróquias de Bérgamo.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )


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