segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Comentários do Economist sobre a política na Itália


                                   As  derrotas  da  Ultradireita

      A revista inglesa The Economist  publica interessante artigo sobre como líderes europeus xenófobos e populistas perderam força na Áustria, Hungria e Itália.
        Esses partidos tinham como objetivo vencer de forma arrasadora as futuras eleições europeias e afastar a politica do continente  do campo do centro liberal.
         O otimismo da Direita em muitos casos teve consequências desastrosas para os planos respectivos.  Até mesmo na França os chamados coletes amarelos, que tinham o apoio da direita e da esquerda radicais, parecem por ora com menos possibilidade de fazerem os estragos anteriores.
         No entanto, o cenário hoje é assaz diferente. A Liga do Norte de Matteo Salvini se saíu bem das eleições europeias, mas por medíocre planejamento e visões afastadas da realidade  cometeria uma série de erros que lhe acentuaram o isolamento político. Nesse contexto, o ultra-ambicioso Salvini está hoje fora do poder.
           Para o Economist, é na Itália que o revés dos populistas foi o mais relevante. Se a eleição europeia fora um sucesso estrondoso para  Salvini - seu partido obteve mais de um terço dos votos na Itália - e até no início de julho o nivel de apoio atingiu a 37,5% em média. A  húbris de Salvini o levou, no entanto, a uma decisão açodada e que se provou sem base na realidade itálica.  De forma inepta, criou condições para a queda do gabinete de que fazia parte, esperando com isso forçar nova eleição.
            Sua pressa e irresponsabilidade, no entanto, lançariam seus parceiros de coalizão - o Movimento Cinco Estrelas  - nos braços do Partido Democrático (PD), de  esquerda, levando a criar  maioria parlamentar que respaldou um segundo governo de Giuseppe Conte. A pressa e o açodamento contribuiriam para tirar envergadura do partido de Salvini, e, o que é mais grave, pôs-lhe a nu a ambição irresponsável.
             O que seria mais preocupante para Salvini está em haver contribuído para que os seus adversários possam criar condições favoráveis à formação de maiorias mais estáveis. Ainda é cedo para dizer se a atual maioria terá o necessário controle para tornar os erros da ambição desmedida de Salvini como causas para dificultar-lhe sistemicamente no futuro as suas possibilidades. O excesso de ambição de Salvini poderia contribuir para a sua perda, pelo menos no médio prazo. Mas ainda é cedo  para tais vaticínios.

( Fontes: The Economist e o Estado de S. Paulo )

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