quinta-feira, 5 de março de 2009

A Hora dos Patifes (II)

Como cabeças de uma Hidra, eles retornam à primeira folha dos jornais. Não é decerto sensação agradável deparar na Folha de São Paulo aquelle rosto conhecido. Os anos passaram, mas elle continua reconhecível. Por trás, em segundo plano, as faces de Mercadante, a sua antiga nêmesis dos tempos da CPI de Paulo Cesar Farias, e de Ideli Salvatti. Esta senadora do PT agora protesta contra o esbulho que teria sofrido na eleição para a presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado.Como nos recorda, com muita oportunidade, Janio de Freitas na sua coluna de hoje “As Faces da Degradação” foi a Senadora Ideli Salvatti que fizera na Comissão de Ética “exaltada proposta de sustar ali mesmo qualquer propósito investigatório” contra Renan Calheiros, quando se iniciavam as denúncias da revista Veja acerca do pagamento da pensão de sua filha através de lobista de empreiteira. Com certo atraso, ela acaba de ter a sua paga: “Renan Calheiros retribuíu a solidariedade de Ideli Salvatti, e do PT, a seus feitos, articulando agora as espertezas que a derrotaram.”

Igualmente O Globo nos presenteia com foto da manifestação de despedida (e desagravo) de 250 funcionários do Senado a Agaciel Maia, o ex-diretor-geral. No entanto, a despeito do comovente coro de “Volta”, não se poderia definir o futuro imediato desse funcionário nomeado por José Sarney há catorze anos atrás como promissor e livre de aborrecimentos. Também Janio de Freitas na citada coluna, recorda que o problema de Agaciel Maia para o Senado não se extingue com o pedido de demissão. A própria estranheza com a aquisicão da casa levanta outras questões, como os gastos com a manutenção da mansão, que seriam incompatíveis com a remuneração de Maia no Senado. Dessa maneira, irregularidades porventura encontradas na vida funcional do ex-diretor-geral poderiam pôr em risco “o mistério que são as contas do Senado, criando-se oportunidade, ou necessidade, de verificações alargadas.”

É apropriado perguntar pelo porquê da movimentação do líder do PMDB, Renan Calheiros, desfazendo das regras da proporcionalidade dos partidos no Senado, e ignorando prévios compromissos. Tal desenvoltura se deve, segundo o Senador pelas Alagoas, a compromissos assumidos para a eleição de José Sarney para a presidência, logo aquele que repetiu para quem desejasse ouvir que não era candidato. Tudo para vencer o Senador pelo Acre, Tião Vianna, que defende reformas, e que foi largado às feras pelo Primeiro Magistrado da Nação. Que talvez hoje principie a lamentar-se da falta de apoio prestado ao representante partidário. Agora o seu querido PAC estará a cargo daquelle a quem reservara palavras tão duras no passado.

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