domingo, 2 de fevereiro de 2020

Ofensiva contra Weintraub


                   
         Em função dos erros no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o Ministro da Educação, Abraham Weintraub tende a tornar-se alvo da artilharia de parlamentares de vários partidos na retomada dos trabalhos do Congresso Nacional amanhã, segunda feira, três de fevereiro.

            A crise provocada pelos erros nas notas do Enem levou deputados da Oposição a prepararem uma ofensiva contra esse Ministro. No entanto, o cronograma parece por ora jogar a favor  de Weintraub.  Se os trabalhos legislativos devem ser reiniciados amanhã, três de fevereiro, as comissões temáticas, como a de Educação, só voltem a reunir-se no fim do mês.  Com vistas a evitar essa pausa, dada a gravidade da matéria, parlamentares da Oposição não descartam tentar convocar o Ministro a depor no plenário ou pedir para que o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, acelere a recomposição dos colegiados.

           Assinale-se que já na última quinta-feira, o presidente Maia atacara Weintraub publicamente, ao dizer que o ministro atrapalha o Brasil  e brinca com o futuro das crianças. Relator da  comissão externa que produziu um diagnóstico das ações do MEC no ano passado, o deputado Felipe Rigoni (PSB-ES) avalia como necessária uma nova convocação de Weintraub. Como assinala o Estado de S. Paulo, o trabalho de Rigoni apontara paralisia e ineficiência nessa Pasta.
            Nesse contexto, a integrante da Comissão de Educação, a  jovem deputada Tabata Amaral (PDT-SP) já solicitara  nova convocação do ministro  Weintraub, para que ele apresente explicações  "de forma técnica, transparente e detalhada" tanto sobre o erro, quanto sobre as providências adotadas pelo MEC.  
           Dada a importância da educação, e os seguidos erros do Ministro Weintraub, parece que seria cortejar o absurdo que o presidente Bolsonaro - como chegam a aventar deputados governistas - venha a favorecer  a posição do ministro diante dos ataques da Oposição, ainda que fundamentados na realidade do comportamento presidencial, que seria "ao contrário da lógica". 

          Como o barco da educação deva merecer cuidado e atenção de profissionais respeitáveis, não creio que o Presidente não tenha - especialmente nesse caso delicado e relevante - a sua atenção voltada para o perigo - inclusive político - de manter um ministro que tanto pode prejudicar a classe estudantil, que - como grita e clama o elementar bom senso - carece de muita competência profissional e não de alguém desse  abismal nível.

( Fonte:    O Estado de S. Paulo )                            

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