quarta-feira, 17 de abril de 2019

O Grande Censor


                      

            Não foi boa a repercussão das medidas do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Segundo o editorial da Folha, ele "foi além do razoável - e  do constitucional - no inquérito para apurar ameaças contra magistrados da corte.  Mandou censurar, intimou jornalistas, ordenou devassas ´policiais em nome da caça a divulgadores de supostas fake news."

            E o editorial da Folha vai adiante: "Colocou o tribunal, garantidor dos direitos fundamentais, a patrocinar medidas típicas de poderes de exceção. É hora de parar com o experimento perigoso. Ou que o plenário da corte o bloqueie.
             "A instalação do inquérito já foi anômala. Ocorreu pela vontade  do presidente do Supremo, valendo-se de interpretação elástica de suas prerrogativas.  Dias Toffoli também contornou  o expediente ordinário  do sorteio do relator e pôs Moraes a chefiar as investigações.
                "Criou-se um monstrengo no qual um juiz acumula os papéis de alvo potencial do crime, condutor da ação policial e árbitro final da causa. Esse novelo se harmoniza mal com o devido processo legal. (...) A invectiva de um ministro do tribunal num terreno tão valorizado pelos democratas ensejou, naturalmente, grande reação contrária. A procuradora-geral, Raquel Dodge, disse que arquivaria o inquérito que nem preside, também numa manifestação heterodoxa."
  
                 Quanto a essa  observação do editorial, quero crer que o editorialista da Folha foi severo em demasia com a Procuradora-geral, pois se adotada a providência sugerida, estaria em essência ecoando o geral sentir quanto à desnecessidade dos procedimentos adotados.  

( Fonte: Folha de S. Paulo )              

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