Prossegue
a "marcha da insensatez" da Administração Bolsonaro. Ao contrário até do regime militar, que cuidava de não
indispor-se em termos diplomáticos e de dar alguma autonomia ao Itamaraty,
mesmo nas sazões difíceis do domínio castrense, infelizmente se tem que
concordar com as referências à "diplomacia exótica" deste presidente,
constantes do editorial de O Globo deste sábado.
Pois as suas posições de extrema direita ignoram não só o interesse
nacional - o que, de resto, não é pouco - mas misturando sabujismo com
diplomacia em termos de relações com Donald
Trump, atingem não só o presente, mas também põem em perigo, em estúpida
manobra, o interesse nacional brasileiro.
O que é de saída lamentável é a
circunstância de que o atual presidente e sua política externa venha
malbaratando a diplomacia do Itamaraty, que sempre fora respeitada
internacionalmente, sobremodo por força de suas tradições e da qualidade de seu
corpo diplomático. Se nem os generais-presidentes, naquele triste período da diplomacia brasileira, ousaram malbaratar o nosso patrimônio diplomático, refletido
por titulares a quem eles tiveram o bom
senso de não querer transformá-los em personagens que discrepassem das
tradições que asseguraram aos seus chefes o exercício de suas funções dentro de
atmosfera que não recendesse a regimes caricatos, como aos que agora, pelo
desatino presente, são julgados exemplos possíveis, de que o editorial de O Globo deste sábado, primeiro de
agosto, já nos dá uma triste ideia, ao julgar sequer possível comparar a
liderança brasileira, como se nossa diplomacia estivesse na faixa dos Kim Jong-un, Nicolás Maduro ou até o folclórico Gourbangouly, do Turcomenistão...
Para resumir, já basta a subserviência com que tratou ao próprio
presidente Trump, ignorando toda a diplomacia observada por seus antecessores,
a ponto de chegar ao cúmulo de trazer a política interna para as relações
internacionais, como se um presidente do Brasil pudesse tomar partido entre
democratas e republicanos, canhestramente desconhecendo todas as lições do patrono de nossa
diplomacia, o Barão do Rio Branco.
(
Fonte: O Globo )
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