terça-feira, 4 de agosto de 2020

A persistente má-ideia da CPMF


                
        Talvez seja a sua aparente facilidade como imposto, a despeito da má-fama que deixou, que trabalhe pela sua reaparição.
            Nesse contexto, o presidente Bolsonaro afirma que  deu sinal verde para o ministro Guedes para estudar o assunto "desde que promova redução noutros tributos".
             Segundo editorial de O Globo: "o demônio de toda mudança tributária costuma estar nos detalhes.
              São óbvias as vantagens da nova CPMF para um governo às voltas com uma crise fiscal sem paralelo:  é um ponto fácil de cobrar e difícil de sonegar.
                Impostos como a CPMF incentivam a circulação de moeda sonante e a informalidade (i.e, , a lavagem de dinheiro). Estimativas de 2019 sugeriam que dependendo da alíquota, haveria queda de até 40% na arrecadação prevista. Outra desvantagem está no formato.A cobrança a toda transação induz a concentração de atividades numa mesma empresa, eliminando a eficiência inerente à especialização.
                   Se mantidas as cadeias de produção, a incidência em cascata aumenta o custo, exercendo pressão inflacionária.
                      Como o imposto recai de modo uniforme sobre todos os contribuintes, impõe ainda peso desproporcional aos que movimentam menos recursos, os mais pobres (seria assim "regressivo").
                        O objetivo implícito - apesar de Bolsonaro afirmar o contrário - é ampliar a arrecadação em momento de crise fiscal.
                          No final, a batata quente vai para o Congresso, onde qualquer intento de recriar essa ideia infeliz há de criar enormes resistências. Será que essa proposta de ampliar a arrecadação do Estado em um momento de crise fiscal viria a calhar?
                              O mais provável é que uma nova CPMF acabe por aumentar a carga fiscal...

( Fonte: O Globo  ) 

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