Que Vladimir Putin se
associe às tentativas de defesa de Aleksandr Lukashenko não há de provocar
maior surpresa. Putin é decerto mais hábil do que o ditador da Bielorrússia,
mas tampouco a democracia é seu forte. Por isso, hão de preocupar-lhe acusações
de fraude nas recentes eleições naquele país vizinho, assim como movimentos
contra o continuismo de Lukashenko.Faz pouco o presidente russo pensara comemorar
com alarde mais um aniversário de sua
longa permanência no poder de todas as Rús-sias, depois do determinante e
favorável empurrão que recebera de Boris Yeltsyn. Há vários adjetivos que
voejam em torno do homem-forte do Kremlin, e de seu punho cerrado em termos de
consolidação do poder. Hábil na respectiva manipulação, como o demonstrou
quando cedera o primeiro lugar por
período relativamente breve a seu vice Dmitriy Medvedev, tal voluntário
afastamento lhe deu o tempo necessário para superar alguns desgastes a que
decerto contribuíu a interrupção no interinato assumido por seu leal substituto.
Tampouco se poderia, por agora,
determinar como hão de evoluir - ou involuir -os acontecimentos na
Bielorrússia.De toda forma, se a ditadura de Lukashenko vá ou não aguentar o
tranco, as avaliações têm de restringir-se a esse período imediato, em que se
expôs a fraude despudorada e conse- quente desprestígio internacional e repulsa
nacional do regime bielorrusso. Enganam-se aqueles que acreditam na resistência
indefinida do tirano.
Por muito tempo o regime
tirânico de Lukashenko dormitara sob a alegada tolerância de uma população
supostamente insensível. Agora os véus da hipocrisia situacionista se rasgaram,
e se estreitam os espaços de auxílios tardios, que tendem a repercutir mal em
públicos que, malgrado próximos, podem acompanhar com inusitado interesse, eis
que repercus-sões em vizinhos não sóem
ser facilmente administráveis. Quando o misté-rio do tirano se rompe, ele tende
a tornar-se expendable, o que pode
ser grave para os demais personagens do
drama regional.
(
Fontes: Folha de S. Paulo; Putin´s Kleptocracy, de Karen Dawisha )
Que Vladimir Putin se
associe às tentativas de defesa de Aleksandr Lukashenko não há de provocar
maior surpresa. Putin é decerto mais hábil do que o ditador da Bielorrússia,
mas tampouco a democracia é seu forte. Por isso, hão de preocupar-lhe acusações
de fraude nas recentes eleições naquele país vizinho, assim como movimentos
contra o continuismo de Lukashenko.Faz pouco o presidente russo pensara comemorar
com alarde mais um aniversário de sua
longa permanência no poder de todas as Rús-sias, depois do determinante e
favorável empurrão que recebera de Boris Yeltsyn. Há vários adjetivos que
voejam em torno do homem-forte do Kremlin, e de seu punho cerrado em termos de
consolidação do poder. Hábil na respectiva manipulação, como o demonstrou
quando cedera o primeiro lugar por
período relativamente breve a seu vice Dmitriy Medvedev, tal voluntário
afastamento lhe deu o tempo necessário para superar alguns desgastes a que
decerto contribuíu a interrupção no interinato assumido por seu leal substituto.
Tampouco se poderia, por agora,
determinar como hão de evoluir - ou involuir -os acontecimentos na
Bielorrússia.De toda forma, se a ditadura de Lukashenko vá ou não aguentar o
tranco, as avaliações têm de restringir-se a esse período imediato, em que se
expôs a fraude despudorada e conse- quente desprestígio internacional e repulsa
nacional do regime bielorrusso. Enganam-se aqueles que acreditam na resistência
indefinida do tirano.
Por muito tempo o regime
tirânico de Lukashenko dormitara sob a alegada tolerância de uma população
supostamente insensível. Agora os véus da hipocrisia situacionista se rasgaram,
e se estreitam os espaços de auxílios tardios, que tendem a repercutir mal em
públicos que, malgrado próximos, podem acompanhar com inusitado interesse, eis
que repercus-sões em vizinhos não sóem
ser facilmente administráveis. Quando o misté-rio do tirano se rompe, ele tende
a tornar-se expendable, o que pode
ser grave para os demais personagens do
drama regional.
(
Fontes: Folha de S. Paulo; Putin´s Kleptocracy, de Karen Dawisha )
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