O resultado já era esperado, mas não o caráter apertado da votação dos ministros do Supremo. Assim, por 5 x 4 o plenário do STF determinou o arquivamento da denúncia contra o deputado e ex-Ministro da Fazenda Antonio Palocci. Cercado por três advogados, como autor da ação o caseiro Francenildo dos Santos Costa acompanhou o julgamento sentado na primeira fila. Trajava terno cinza e gravata vermelha,calçando sapatos pretos. Segundo adiantou Wlicio Nascimento, um dos advogados, terno e gravata tinham sido providenciados por ele para Francenildo, ‘de última hora’.
Prometera entrevista ao cabo do julgamento, mas saíu calado, frustrado pela decisão desfavorável.
Conforme o relato de O Globo, hoje o caseiro Francenildo vive de bicos. Nas palavras do advogado Wlício, “apesar de sérios constrangimentos, ele não se deixa abalar e vai em frente, buscando suas metas. Isso tudo acompanhado de muita falta de dinheiro.(...) Fome nunca passou porque a gente providenciou, como empréstimo a fundo perdido.”
Palocci, o personagem principal, não compareceu ao tribunal. Se recebeu a sua carta de alforria, a antecipada concessão não foi tão fácil. Na avaliação da oposição, que terá seguido de perto o desenvolvimento do juízo, o resultado apertado depreciaria bastante o valor da absolvição.
Apreciação que – igualmente de forma previsível – tanto o Palácio do Planalto, quanto o Partido dos Trabalhadores não compartilham. Sob tal prisma, Palocci está inocentado pela mais alta corte e ponto final.
Como aqui não interessam os matizes, nem porventura influenciam nas eventuais consequências, semelha forçoso convir em que a razão não se acha com aqueles que torciam pela condenação.
Sem mais impedimentos, o deputado Antonio Palocci está disponível para outras empresas. Não é mais necessário cingir-se doravante à assessoria nas sombras em assuntos economicos e financeiros, que terá prestado, nesse período de relativo limbo político, ao Presidente Lula. De resto, como todo assessor a título gracioso, haverá padecido da capitis diminutio de quem, não tendo o exercício do cargo, tampouco disporá da força para fazer prevalecer as respectivas posições.
Dessarte, a candidatura de Ciro Gomes pelo PT ao governo de São Paulo perde o brilho. Também se a mãe do PAC tropeçar ou não corresponder, porque não o recurso ao curinga de Ribeirão Preto ?
Por outro lado, a longa ausência de Palocci da Fazenda pode explicar alguns problemas surgidos na gestão do menos afirmativo sucessor Guido Mantega. Mas isso será matéria de outro blog.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
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