sexta-feira, 17 de abril de 2020

Mandetta e Bolsonaro


                             
       Não, leitor amigo, a ordem dos fatores é esta. Ontem, os comentaristas televisivos  nos reportavam notícias pouco agradáveis. A trindade valorizada pela gente brasi-leira - Mandetta e os vice-ministros Wanderson de Oliveira e João Gabbardo está por desfazer-se. Não que exista alguma disfunção ou desentendimento entre eles. Muito pelo contrário.  Em tempos modernos, nunca titular da Saúde se destacara tanto no firmamento brasílico. E jamais se teve notícia de uma trinca de médicos de escol, que tanto se tem distinguido no bom combate, que é aquele que se afasta das crendices e que se abebera nos preceitos da arte de Hipócrates e que não faz concessões a superstições.  Como explicar então que  esteja sob ameaça de ser afastada? Será demasiado valor e competência profissional, que criam desconforto aos enxames de medíocres ?
         Mandetta e seus dois diretos auxiliares, se enfrentam mar de ressaca para os lados do Planalto, pagam o preço da própria hombridade, capacidade médica  e coragem profissional. Eles não vão para a rua por erro profissional ou cousa similar. Nesse contexto, carece de ser muito ingênuo para pensar que as escorregadelas do passado foram superadas.
          O Povo brasileiro tampouco se engana com as qualidades respectivas, seja da figura que foi escolhida para morar no Palácio, seja da equipe sob a direção de Luiz Henrique Mandetta.  
            Grita aos céus que não está no interesse nacional que vingue essa treta palaciana. Ao norte, lá nos States aonde demora o ídolo do atual presidente brasileiro, se desenrola outro espetáculo, em que o atual morador da Casa Branca se lança, em lance diversionista, mas desesperado ataque contra a Organização Mundial da Saúde, a cuja chefia elege em desespero como responsável pela confusão e as muitas mortes que a respectiva  incompetência terá causado, e que podem pesar em seu próprio desfavor na próxima eleição estadunidense.
              Mas é hora de voltar à realidade.  Um mergulho na verdade televisiva, e lá vem o aviso, do púlpito presidencial,  que já é outro o Ministro da Saúde, que Mandetta renunciou - na verdade, foi exonerado pela caneta de Jair Bolsonaro, e Sua Excelência ora agradece a quem nomeou para o lugar de um Ministro que tão bem estava cumprin-do com o respectivo dever de salvar vidas e de afastar, pelas artes médicas, as sombras dessa nuvem da Covid-19, que desce sobre tantos brasileiros que pelo Brasil afora lutam pela vida.
                Para suceder nessa missão à Mandetta,  o presidente nomeia  o Dr. Nelson Teich. Por quê é a pergunta que paira no ar.  O Dr. Mandetta tem a confiança do Povo brasileiro. O Dr Mandetta encabeça uma equipe médica que estava empenhada no bom combate, sob a coordenada e integrada direção desse grande médico.  Ele defende o afastamento social, que é a maneira de evitar os desastres na Lombardia e em Nova Iorque.
                 Há muitas máximas nessas batalhas da nacionalidade. Diante do desafio do não-provado, nós que somos o país do futebol, já praticamos no passado demasiadas  imprudências,  e por isso não devemos esquecer o quê a nossa realidade nos tem ensinado seja no êxito, seja na derrota: não se mexe em time que está ganhando ! E tampouco manda o bom senso que se permita aos paredros - e pra não dizer - ao próprio presidente - que  venha a mexer em uma equipe - que - como sabem céus e terras - para gregos e troianos  estava manifestamente ganhando esta batalha pela saúde do Povo brasileiro !   
                   E agora, José ?

PS. Com os meus respeitosos cumprimentos a Carlos Drummond de Andrade e a Manuel Bandeira.

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