segunda-feira, 25 de junho de 2012

Notícias do Front (23)

                                   
Crise Turco-síria. Resposta da NATO

       A Turquia integra a NATO, a aliança militar do Atlântico Norte. Diante da crise entre Síria e Turquia, causada pelo abate de um caça Phantom 4, que por um curto espaço de tempo adentrara o espaço aéreo sírio, a temperatura elevou-se em Ancara.
      A defesa anti-aérea de Bashar al-Assad agiu de forma irresponsável. Por motivo da breve (e alegadamente involuntária) incursão do caça desarmado da Turquia, após o aviso de que a aeronave estava em espaço aéreo sírio, e a pronta correção de curso, surpreende a violenta reação da Síria. Segundo assinalam as autoridades turcas, a Síria poderia determinar a imediata mudança de rota do caça, ou até forçá-lo a aterrissar em aeroporto sírio.
      No entanto, de acordo com a Turquia, o tempo da infração do caça Phantom seria demasiado breve para qualquer umas dessas reações. Os sinais evidentes de que a entrada no espaço sírio fora involuntária estariam corroborados pela sua brevidade.Malgrado isto, as baterias sírias abateram o avião turco.
     Esse incidente marca ulterior sinal no agravamento das relações entre Âncara e Damasco. A Turquia, como membro pleno da OTAN, pode recorrer seja ao art. 4, seja ao art. 5, do Tratado da Aliança. O artigo 4º implica em consultas com os demais membros, para avaliar o ocorrido e determinar a linha de ação a ser seguida. Já o artigo quinto, implicaria em ação militar, retaliatória da imotivada e excessiva agressão sofrida, que causou a perda da aeronave e o desaparecimento de seus dois tripulantes.
     Embora o nível de irritação do governo de Recep Erdogan esteja alto, os observadores não julgam provável que haja ação militar, em represália à agressão do regime alauíta. Sem embargo, a questão está sendo avaliada pelos membros da NATO.


Continua a perseguição à Julia Timoshenko


      Dentro do modelo de Putin, Lukashenko e agora Yanukovitch, o emprego de uma pretensa justiça tem a sua utilização acentuada como forma menos de acosso e mais de virtual neutralização de rivais ou mesmo simples opositores. Dentro dessa visão estalinista, todos esses infelizes  caem no visor de tais autocratas como elementos a serem banidos da sociedade civil e de qualquer possibilidade de contestar-lhes o absoluto, despótico poder.
     Malgrado o fracasso de sua reunião de cúpula e as numerosas ausências das autoridades europeias nas partidas da Euro-Copa, o presidente Viktor F. Yanukovitch prossegue na sua malfadada cruzada contra a corajosa líder da oposição ucraniana, Iulia V. Timoshenko. Não obstante as censuras e reações de expoentes da União Europeia, Yanukovitch não parece temer o ridículo de uma caça desapiedada contra a Timoshenko.
     Agora,  o proto-ditador ucraniano não semelha deter-se nem diante de um recurso arqueológico na incansável busca de acusações (e condenações por um dócil judiciário) de sua rival Iulia Timoshenko. Desta feita, os seus esbirros levantaram um caso de dezesseis anos atrás.
    Segundo o vice-promotor geral Renat Kuzmin há suficientes provas para incriminar a senhora Timoshenko pelo assassínio de Yevhen Shcherban, um influente congressista e homem de negócios. De acordo com a estória ora reapresentada, Shcherban, sua esposa e um assessor foram mortos em um aeroporto, em típica liquidação a mando de terceiro.
    Kuzmin aduziu que dispõe de elementos bastantes para provar o envolvimento da senhora Timoshenko no assassinato. Que espécie de acusação seria apresentada não foi explicitado pelos seus auxiliares. Kuzmin explicou a suspensão na incriminação pela comovente circunstância de que Iulia Timoshenko acha-se internada em hospital de Kharkov, para tratamento de sua coluna. Essa dúbia atenção dos auxiliares de Yanukovitch seria oportunamente posta de lado, para que as múltiplas acusações criminais contra a antiga Primeira Ministra tenham curso.
     A perseguição judicial contra a Timoshenko tem tido efeitos negativos contra os planos de Yanukovitch de cooperação mais estreita com a União Europeia. Os acordos ficaram em suspenso, e a integração com o bloco foi afastada pela persecutória neblina das relações do Presidente com a oposição.
    Releva, por fim, frisar que o ‘modelo’ de criminalização da oposição, adotado por Viktor Yanukovitch é uma variante de procedimento já utilizado – e mais de uma vez – pelo Presidente Vladimir Putin contra Mikhail Khodorkovsky  ex-magnata dono do conglomerado energético Yukos, culpado, ao ver do autocrata do Kremlin, de perigosas intenções oposicionistas. Com a colaboração de sensatos juízes, Khodorkovsky está servindo a sua segunda pena em masmorra siberiana, até 2017.



( Fontes:  CNN, International Herald Tribune )

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