terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O provocador-mor da República ?

       O   "Ministro do Meio Ambiente", Ricardo Salles, tem uma personalidade estranha.  Aceitou, na verdade,  de seu padrinho  presidencial, o Senhor Jair Bolsonaro, um  emprego esquisito, como se verificará pela leitura que esse senhor faz das missões da secretaria do Meio ambiente.

       Com efeito,  na verdade Salles não é ministro do Meio Ambiente, mas sim o anti-ministro. Basta ver, de um lado o seu comportamento, e de outro, os ilustres brasileiros e brasileira que, para nosso gáudio, o precederam nessa importante posição, para determinar-se com óbvia e clara consternação que essa triste figura nada tem a fazer pelo meio ambiente, e que se acha em perene plantão contra o meio ambiente.

       Se o senhor Salles merecesse um elogio, na verdade ele o abraça diuturnamente, seja de forma sigilosa (que me parece a sua veste preferida), como cabulosamente o evidenciou naquela reunião ministerial, cujo conhecimento devemos às falsas luzes daqueles que promoveram a sua triste aparição pública (por mostrar-nos, se para tal houvesse necessidade, da pobreza intelectual do ministério Bolsonaro). Coube ao Ministro  Celso de Mello a função - meritória no caso - de mostrar à Nação brasileira o nível do ministério presidido por Bolsonaro. Já a caminho da aposentadoria, o ministro Mello prestou um real serviço à Nação, ao divulgar a gravação daquela longa sessão ministerial, realizados apenas alguns cortes indispensáveis determinados pela segurança nacional. Em consequência,  esse grande ministro pôde colaborar com a nossa história pela sua decisão de dar à Nação a oportunidade de ter um real  conhecimento do atual ministério. 

            \Mas voltemos ao senhor Salles.  Para esse estranho personagem, que se empenha em legislação anti-manguezal  (felizmente anulada) y otras cositas más - como a abertura de reservas indígenas a gangs do garimpo além da  explotação  nessas áreas da mineração ilegal , que é uma prática ruinosa que tampouco deveria ser admitida, a sua triste proposta de transformar o Museu  do Meio Ambiente em uma espécie de hotel-butique. 

            Este senhor que está tentando ou esvaziar, ou o que é pior, desmoralizar o Ministério do Meio Ambiente  - veja-se o arsenal de regras para  enfraquecer  o poder do Estado  para combater as  práticas lesivas (contrabando de madeiras de lei, conforme evidenciado pelo triste espetáculo de Bolsonaro dar nome aos bois em termos  de infrações contra o interesse nacional na exportação ilegal de madeiras de lei e de espécies vegetais em perigo de extinção, para depois recuar e dar o dito por não dito. Que dizer do escândalo do contrabando de madeiras de lei, feito a céu aberto, como se o Brasil não dispusesse de satélite     para controlar tais infratores?

              Mas voltemos a esse triste membro do comando da República, que  a todo dia se empenha em esvaziar os órgãos encarregados da polícia ambiental, que em Pindorama funciona às avessas.

              Como não mais acompanho o trabalho de nossa Secretaria de Relações Exteriores, só posso conhecer do "trabalho" às avessas do Senhor Ricardo Salles, pelas eventuais atitudes daqueles que nos órgãos do Meio Ambiente se tem associado - ao que indicam as aparências - à peculiar maneira do Senhor Salles de transformar ou prejudicar o antigo trabalho dos órgãos antes empenhados na defesa do Meio Ambiente.

               A própria Amazônia, com a ameaça aos chamados rios voadores , e a sua continuada destruição representa um problema que seria triste se não fosse ulterior ameaça às populações indígenas e caboclas, e os outros demais truques contra o interesse nacional, para o que se valem ou da ignorância dos perpetrantes, ou da sua lastimável deficiência de inteligência, quando não de caráter.


( Fonte:  O Globo )       

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