O general Benny Gantz, aliado político do Primeiro Ministro Binyamin Netanyahu no governo israelense, em um governo de coalizão, cansou-se de ser instrumentalizado pelo Likud, e nesse sentido veio a público para anunciar que apoiará moção da Oposição para dissolver o Parlamento e organizar novas eleições.
Como será o quarto apelo às urnas em dois anos, a atmosfera na chamada situação não é exatamente de satisfação. Uma votação formal para dissolver o gabinete pode ocorrer na próxima semana, mas dada a repetição de crises, não se pode excluir uma saída de ultima hora. Nesse sentido, em discurso transmitido pela TV para todo o país Gantz fez questão de assinalar que "o ônus recairá sobre você, Netanyahu".
O líder da oposição, Yair Lapid, que patrocinou o projeto de lei para dissolver o Knesset, elogiou Gantz: "Seis meses após a formação desse gabinete inchado e desconectado, está claro para todos que Netanyahu não pode tirar Israel da crise".
A negociação da coalizão previa a aprovação da matéria (votação do orçamento) até agosto. Gantz e Netanyahu concordaram em estender o prazo até 23 de dezembro, mas nenhum progresso foi feito. Sem acordo, o gabinete pode cair em março.
Gantz afirmou que Netanyahu atrasa as negociações deliberadamente, pois teria de deixar o cargo assim que a votação fosse concluída, no que cumpriria o pacto de alternância no poder. Cansado de ser ilaqueado, ele veio a público declarar: "Netanyahu não mentiu para mim. Ele mentiu para todos vocês".
Segundo analistas do mundo de pequenos partidos que junto com o Likud (direita) e o Azul e Branco (centro) ditam a política em Israel, Netanyahu, pelas suspeitas de corrupção, tem diversos problemas na Justiça: acusado de fraude, quebra de confiança e até por receber propina em uma série de escândalos (oferta de favores a empresários nos meios de comunicação, em troca de notícias positivas sobre ele próprio e a a respectiva família...)
Não obstante todas as confusões, as pesquisas apontam que o Likud ainda deve alcançar maior número de cadeiras no Knesset, mas retrocederia de 36 para 30 deputados. A surpresa ficou por conta do Yamina, de extrema direita, que chegaria a pular de seus cinco deputados para vinte, enquanto o Azul e Branco, desgastado na coalizão com o Likud, ficaria com bancada de nove deputados (ao invés dos catorze que tem hoje).
Seria o preço que o general Gantz pagaria por haver confiado em Netanyahu?
(Fonte: O Estado de S. Paulo)
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