Viviane Vieira do Amaral, de 45 anos, passou os seus últimos meses de vida sofrendo: o ex-marido Paulo José Arronenzi, de 52 anos, reagia de modo violento a todo esforço seu fracassado de retomar o casamento. Dada a sua natureza, ele reagia desse modo a cada tentativa que fazia para restabelecer a relação, que a mulher havia decidido interromper, por causa da maneira brutal do cônjuge de não aceitar o fim da relacionamento.
Ele engenheiro, ela juiza, que, por força das circunstâncias decidira romper em julho último a relação. Com efeito, a juíza, de 45 anos de idade, passara os seus últimos meses padecendo.
Na realidade, o ex-marido, engenheiro, de 52 anos, reagia de maneira incontida a cada esforço fracassado de retomar o casamento a que a esposa decidira pôr um fim neste julho, pelo visível potencial de violência conjugal que ele demonstrava, a cada tentativa de sua mulher de pôr um término a uma relação que o marido tornara tempestuosa. pela sua incapacidade de aceitar uma separação que o seu natural violento tornava inexorável e inevitável.
Nessa relação de causa e efeito, a esposa se empenhava em dar um aspecto civil a um matrimônio que o marido, pelo seu natural, tornava tempestuoso. Por sua vez, a juíza tentava contemporizar, a ponto de renunciar nas suas últimas semanas à indispensável escolta que o natural violento do cônjuge tornava tristemente necessária. Terá sido pensando nas crianças que a mãe optara por renunciar à escolta que, infelizmente, o caráter brutal do marido tornava tristemente indispensável .
Com efeito, o esquema de proteção fora pedido em catorze de setembro. Tentando, no entanto, preservar a figura do ex-marido como pai, a juíza Viviane, querendo acreditar que o engenheiro houvesse aceito a separação, ela lhe deu uma carona para que ele pudesse visitar as filhas.
Aconteceu, porém, uma discussão e ela foi ameaçada de morte. Ao ser alertado que estava sem condições de vê-las, Paulo José empurrou a ex-mulher e forçou a entrada no prédio da mãe da ex-esposa, em Niterói. A PM foi chamada e algumas horas depois a juíza registrou queixa na 77a. DP., e solicitou medidas preventivas. Essa escolta iria durar dois meses. Viviane acabou por assinar a autorização, e de novo Viviane lhe deu carona para que ele pudesse visitá-las. Mas de novo aconteceu outra discussão, e ela foi ameaçada de morte. Ao ser alertado que estava sem condições de vê-las, Paulo José empurrou a ex-mulher e forçou a entrada no prédio da mãe da juíza, em Niterói. A PM foi chamada e horas mais tarde a juíza registrou queixa na 77ª DP (Icaraí) e solicitou medidas preventivas.
A escolta duraria dois meses. Viviane acabou por assinar um termo de responsabilidade noTJ ao pedir suas suspensão.
Anteontem, 24 de dezembro, aceitou um pedido de Paulo José para encontrá-lo com as filhas numa rua de pouco movimento. \O Feminicídio ocorreu no fim da tarde, ontem na Barra, com quem esperavam passar a noite de Natal. A juíza estava sozinha com as filhas - com idade entre sete e nove anos - e com o seu natural bondoso decidira, uma vez mais, e há um mês atrás, de abrir mão do esquema de proteção. . Viviane sentia-se incomodada com a presença permanente de seguranças e queria preservar, apesar de tudo, a imagem do homem com quem vivera por mais de uma década, e formara uma família.
De acordo com um dos seguranças que faziam a escolta de Viviane "Ela era uma pessoa super-tranquila, que nunca impediu as filhas de verem o pai - afirmou um dos seguranças que faziam a escolta da juíza.
Nesse sentido, uma colega do Tribunal de Justiça do Rio também comentara o esforço de Viviane para poupar as crianças do relacionamento conturbado com o pai Paulo José.
A escolta durou dois meses. Viviane acabou por assinar um termo de responsabilidade no TJ pedindo sua suspensão. Anteontem ela aceitou um pedido de Paulo José para encontrá-lo com as filhas. Ficou evidente que ela tentava preservar a figura do ex-marido como Pai. Tentou se proteger e ao mesmo tempo, protegê-lo. Acabou abrindo mão da escolta por pena dele - disse uma magistrada, que pediu anonimato.
O esquema, no entanto, por causa da natureza do ex-marido não podia durar muito, mesmo a despeito da bondade de Viviane.
A escolta ainda durou dois meses. Tangida pelas circunstâncias, Viviane acabou por assinar um termo de responsabilidade no TJ, ao pedir sua suspensão.
A despeito disso tudo, ao pedir a suspensão da escolta - que durara dois meses - a juíza, sem o saber, assinava a própria sentença de morte. Anteontem, aceitou um pedido de Paulo José para encontrá-lo com as filhas numa rua de pouco movimento na Barra.
Foi atacada ao sair do carro para entregar as crianças. Após o bárbaro feminicidio, o engenheiro Paulo José Arronenzi se sentou ao lado do corpo, enquanto uma mulher tentava consolar as meninas.
Uma equipe da Guarda Municipal o prendeu em flagrante, e ao ser perguntado por que fizera aquilo, balançou os ombros, sem nada dizer. No carro do assassino, foram encontradas três facas, o que dá à Polícia a convicção d que se trata de crime premeditado.
(Fonte: O Globo)
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