sábado, 26 de dezembro de 2020

Juíza é assassinada por ex-marido

           Viviane Vieira do Amaral, de 45 anos, passou os seus últimos meses de vida sofrendo: o ex-marido Paulo José Arronenzi, de 52 anos, reagia de modo violento a todo esforço seu fracassado de retomar o casamento.  Dada a sua natureza, ele reagia desse modo a cada tentativa que fazia para  restabelecer a relação, que a mulher havia decidido interromper, por causa da  maneira brutal  do cônjuge de não aceitar o fim da relacionamento.

            Ele engenheiro, ela juiza, que, por força das circunstâncias decidira romper em julho último a relação. Com efeito, a juíza, de 45 anos de idade, passara os seus últimos meses padecendo. 

             Na realidade, o ex-marido, engenheiro, de 52 anos,  reagia de maneira incontida a cada esforço fracassado de retomar o casamento a que a esposa decidira pôr um fim neste julho, pelo visível potencial de violência conjugal que ele demonstrava, a cada tentativa de sua mulher de pôr um término a uma relação que o marido tornara tempestuosa. pela sua incapacidade de aceitar uma separação que o seu natural violento tornava inexorável e inevitável.

             Nessa relação de causa e efeito, a esposa se empenhava em dar um aspecto civil a um matrimônio que o marido, pelo seu natural, tornava tempestuoso.  Por sua vez, a juíza tentava contemporizar, a ponto de renunciar nas suas últimas semanas à indispensável escolta que o natural violento do cônjuge tornava tristemente necessária. Terá sido pensando nas crianças que a mãe optara por renunciar à escolta que, infelizmente, o caráter brutal do marido tornava tristemente indispensável .

             Com efeito, o esquema de proteção fora pedido em catorze de setembro.  Tentando, no entanto,  preservar a figura do ex-marido como  pai,  a juíza Viviane, querendo acreditar que o engenheiro houvesse aceito a separação, ela lhe deu uma carona para que ele pudesse visitar as filhas. 

              Aconteceu, porém, uma discussão e ela foi ameaçada de morte. Ao ser alertado que estava sem condições de vê-las, Paulo José  empurrou a ex-mulher e forçou a entrada no prédio da mãe da ex-esposa, em Niterói. A PM foi chamada e algumas horas depois a juíza registrou queixa na 77a. DP., e solicitou medidas preventivas.  Essa escolta iria durar dois meses. Viviane acabou por assinar a autorização, e de novo Viviane lhe deu carona para que ele pudesse visitá-las. Mas de novo aconteceu outra discussão, e ela foi ameaçada de morte. Ao ser alertado que estava sem condições de vê-las, Paulo José empurrou a ex-mulher e forçou a entrada no prédio da mãe da juíza, em Niterói. A PM foi chamada e horas mais tarde a juíza registrou queixa na 77ª DP  (Icaraí)  e solicitou medidas preventivas.

                A escolta duraria dois meses.  Viviane acabou por assinar um termo de responsabilidade noTJ ao pedir suas suspensão.  

                 Anteontem,  24 de dezembro, aceitou um pedido de Paulo José  para encontrá-lo com as filhas numa rua de pouco movimento. \O Feminicídio ocorreu no fim da tarde, ontem na Barra, com quem esperavam passar a noite de Natal.  A  juíza estava sozinha com as filhas - com idade entre  sete e nove anos - e com o seu natural bondoso decidira, uma vez mais, e há um mês atrás, de abrir mão do esquema de proteção. . Viviane  sentia-se incomodada com a presença permanente de seguranças e queria preservar, apesar de tudo, a imagem do homem com quem vivera por mais de uma década, e formara uma família.

                  De acordo com um dos seguranças que faziam a escolta de Viviane "Ela era uma pessoa super-tranquila, que nunca impediu as filhas de verem o pai - afirmou um dos seguranças que faziam a escolta da juíza. 

                   Nesse sentido, uma colega do Tribunal de Justiça do Rio também comentara o esforço de Viviane para poupar as crianças do relacionamento conturbado com o pai Paulo José.       

                   A escolta durou dois meses.  Viviane acabou por assinar um termo de responsabilidade no TJ pedindo sua suspensão.  Anteontem ela aceitou um pedido de Paulo José para encontrá-lo com as filhas. Ficou evidente que ela tentava preservar a figura do ex-marido como Pai.  Tentou se proteger e ao mesmo tempo, protegê-lo. Acabou abrindo mão  da escolta por pena dele - disse uma magistrada, que pediu anonimato.  

                    O esquema, no entanto, por causa da natureza do ex-marido não podia durar muito, mesmo a despeito da bondade de Viviane. 

                     A escolta ainda durou dois meses.  Tangida pelas circunstâncias, Viviane acabou por assinar um termo de responsabilidade no TJ, ao pedir sua suspensão.  

                     A despeito disso tudo,  ao pedir a suspensão da escolta - que durara dois meses - a juíza, sem o saber, assinava a própria sentença de morte.  Anteontem,  aceitou  um pedido de Paulo José  para encontrá-lo com as filhas numa rua de pouco movimento na Barra.  

                      Foi atacada ao sair do carro para entregar as crianças. Após o bárbaro feminicidio, o engenheiro Paulo  José Arronenzi    se sentou ao lado do corpo, enquanto uma mulher tentava consolar as meninas.

                       Uma equipe da Guarda Municipal  o prendeu em flagrante, e ao ser perguntado por que fizera aquilo, balançou os ombros, sem nada dizer. No     carro do assassino, foram encontradas três facas, o que dá à Polícia a convicção d que se trata de crime premeditado.


(Fonte: O Globo)         

Nenhum comentário: