Síria (1) : upgrade na Participação americana
Em ação tomada no contexto da OTAN, o
Secretário de Defesa Leon Panetta determinou a transferência para a Turquia de
um destacamento de quatrocentos militares, e duas baterias de defesa anti-aérea
de mísseis Patriota.
Essa providência que vinha sendo
solicitada com empenho pelo governo de Âncara,
visa a maior controle das ações do regime de Bashar al-Assad que, nas últimas semanas, refletem o agravamento da
crise interna daquele país. Havia preocupação de que o ditador recorresse aos
mísseis Scud também no que concerne à
zona fronteiriça sírio-turca. Tal recurso, que frisa o esgarçamento da
disciplina militar, já teria sido empregado para alvos no interior sírio. Salta aos olhos que o lançamento de um Scud em área de soberania turca representaria não só uma escalada de imprevisíveis consequências, mas também provocaria um grande número de fatalidades civis.
Para reforçar as defesas turcas, está prevista a instalação de mais quatro baterias Patriota, duas procedentes da Holanda e duas da Alemanha.
Esse desenvolvimento no sistema de defesas anti-aéreas deverá induzir aviação e forças terrestres sírias a maior cuidado, dada a potência da retaliação. Nesses últimos meses, morteiros sírios têm atingido áreas no interior da Turquia.
Síria
(2) : Avaliações realistas
A diplomacia, em suas
diversas versões através dos tempos, sempre foi uma arte e não uma ciência. Por
isso é que não despertará necessariamente surpresa, que vejamos neste fim de
ano convergirem as avaliações do Vice-Ministro Mikhail Bogdanov, auxiliar direto do Ministro Sergei Lavrov, da Federação Russa, e do Secretário-Geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen.
Depois de quase dois anos de
conflito, e de inviabilizar o emprego do Conselho de Segurança de modo mais
afirmativo, o governo russo (e principal fonte de armamento para Damasco), por
intermédio de gospodin Bogdanov
disse: “Infelizmente é impossível excluir uma vitória da oposição síria.
Devemos olhar de frente para os fatos, e a atual tendência sugere que o regime
e o governo na Síria estão perdendo cada
vez mais o controle sobre mais e mais território.” Por sua vez, o alto funcionário internacional Rasmussen declarou: “Penso que o regime de Damasco se está aproximando do colapso. Considero que agora é só uma questão de tempo.”
Tiradas de seu contexto temporal, tanto uma quanto a outra assertiva apenas significam o óbvio. Mas esse cauteloso reconhecimento de uma situação (reporto-me sobretudo a Bogdanov) seria impensável ainda há um mês atrás. Não são as quarenta mil mortes da guerra civil síria, mas os indícios do fim da macabra festa de Bashar que aconselham à Administração Putin uma rápida revisão para salvar o que lhe seja possível no acelerado crepúsculo do regime alauíta.
O Presidente Barack Obama tem mantido posição de
firmeza na questão dos cortes automáticos, a serem acionados à falta de acordo
entre as partes, no início de 2013. Os republicanos se recusam a qualquer
elevação nos impostos. Por outro lado, o escaldado Obama não admitirá qualquer
corte na Social Security (Previdência
Social), em Medicare (Seguro médico
para idosos) e Medicaid (seguro
médico para as classes menos favorecidas).
O Speaker
John Boehner, que é um tarimbado
político havido como moderado (em termos de GOP)
estaria disposto a algumas concessões, mas sente que não terá o apoio da base
(representada pelo líder da maioria Eric
Cantor). Por isso, os prognósticos
tendem a ser pessimistas, eis que há uma crescente municipalização na bancada
republicana da Casa de Representantes. É uma involução inquietante, o que tende
a criar uma espécie de autismo nos deputados republicanos. Para que se tenha uma ideia mais completa das causas (e implicações) dessa posição, o blog de 15 de dezembro poderia aprofundar o entendimento do porquê da recusa da Câmara baixa em mostrar um pouco de sensatez. De resto, nunca é demais frisar que esta crise – como foi a última da aprovação do aumento do teto da dívida pública – é fabricada pelo GOP, não tendo qualquer conexão com a realidade macro-econômica. O Prêmio Nobel Paul Krugman tem mostrado isso à saciedade em sua coluna.
Mundial de Clubes: Vitória do Corinthians
A partida foi renhida, mas
dentro do estilo do técnico Tite, o Corinthians
sempre esteve mais perto da conquista do título. Um gol de cabeça do peruano
Guerrero, em um lance confuso, de que o goleiro do Chelsea não participou,
marcou o jogo mais afirmativo da equipe paulista.
Ao final houve um gol anulado do
Chelsea, mas a decisão do juiz não foi discutida, porque o atacante adversário
estava realmente impedido. Depois de uma série de derrotas – a maior foi a da perda da medalha de ouro olímpico que o Brasil persegue desde sempre – o presidente Marin esperou uma vitória do Brasil sobre a Argentina para despedir Mano Menezes. Volta o velho Felipão que precisa mostrar um pouco do espírito e do drive de 2002 para nos dissipar as dúvidas se estamos diante do ex-técnico do Palmeiras ou do responsável pelo penta.
Cumprimentos também ao goleiro Cássio, que fez grandes defesas. Inteira justiça que haja recebido o prêmio do melhor jogador do torneio.
De todo modo, quero crer que o meu padrinho torcedor fanático do Corinthians (aliás, não são todos?), de lá de cima terá festejado efusivamente (se naquele assento etéreo aonde subiu visões da humana vida se consentem).
( Fonte:
International Herald Tribune; Rede Globo ).
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