Eleições no Egito (Contd.)
O que restaria a determinar seriam as proporções de tal maioria, se absoluta ou relativa. Até o presente, os próceres desse partido se tem pautado pela relativa declarada moderação.
A Shariah na Arábia Saudita
Não são novidade na Arábia Saudita, nem o credo, nem a discrepância de suas práticas (e penas) com a situação prevalente na maior parte dos países de fé islâmica. Com a vitória do clã Saud na guerra pela posse dos Lugares Santos e a península arábica, expulsa a família hashemita, prevaleceu a linha wahabita, de extremo conservadorismo.
A shariah (lei islâmica) é ali aplicada com rigor, o que inclui, como se sabe, decepar a mão dos ladrões e a decapitação para os condenados por feitiçaria. Assim, Salem, na Nova Inglaterra, com a sua caça às feiticeiras, continua muito viva na Arábia Saudita.Triste prova disso está na decapitação pública de Amina bin Abdel Habim Nasser, na região de Al-Jawf. Anunciada pelo Ministério do Interior, a infeliz – que possuía livros de magia em sua casa – foi julgada e condenada pela corte islâmica.
A Anístia Internacional exprobou, em comunicado, a absurda condenação. A perseguição às feiticeiras, em geral, costuma, consoante interpretação ocidental, representar um dos modos de castigar o direito à liberdade de palavra e de crença, que são anátema para a versão wahabita da religião islâmica.
A praça central da cidade industrial de Liège, na Bélgica, foi palco de mais um desses estranhos exercícios de insanidade individual projetada em multidão inocente. A recordação da matança promovida por um maníaco nas cercanias de Oslo ora se transporta mais para o sul.
O autor da desgraça, de nome Nordine Amrani, estava em liberdade condicional, após quarenta meses de prisão, por tráfico de drogas e de armas. A sua condição de liberdade relativa estava, no entanto, condicionada por intimação a depor em delegacia, acerca de suspeita de estupro.No dia previsto para o interrogatório, Nordine Amrani resolveu despejar a sua raiva contra os transeuntes na praça de Liège. Armado de fuzil e granadas, de um telhado que lhe dava condições tragicamente favoráveis, Amrani matou quatro pessoas e feriu 119. No processo, não ficou por ora esclarecido se o mega-homicida se suicidou, ou se granada explodiu por acidente junto ao próprio rosto.
Até o presente, não é do meu conhecimento a realização de estudo por psicólogos e psiquiatras com respeito a essa abominável forma de desforra individual por alegados doestos e humilhações infligidos por grupos sociais, dentro dos mais variados processos de aglutinação.
A referida prática – de que existem inúmeros exemplos nos Estados Unidos e em outros países (houve há pouco no Rio de Janeiro magnicídio do gênero) – deveria merecer estudo, que fosse instrumental para a maior aprofundamento das causas e a discussão de possíveis meios e modos de tentar, de alguma maneira, evitar a morte de tantos inocentes, muita vez ‘culpados’apenas pela circunstância em estarem em determinado local em uma certa, fatídica hora.
( Fonte: CNN )
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