Ainda não se dispõe de todos os dados a respeito do chamado acordo bipartidário sobre a elevação do teto da dívida. No entanto, subsistem poucas dúvidas quanto ao seu caráter nefasto, seus efeitos sobre a economia estadunidense, a situação política e a presidência de Barack Obama.
Se não se conhecem ainda os detalhes por completo, há letras garrafais na parede a apontarem uma situação desastrosa e a precípua responsabilidade do Presidente Obama. A despeito de dispor de vários instrumentos – a começar pelo recurso à Emenda 14ª da Constituição americana, na sua seção IV – para defender a tradicional posição do Partido Democrata e o interesse precípuo do povo americano, ele preferiu, por motivos insondáveis, capitular uma vez mais perante à extorsão e à irresponsabilidade do GOP.
Pelo que se depreende da votação na Câmara de Representantes, se o dito Acordo foi aprovado por 269 votos a favor e 161 contra, o Partido Democrata se cindiu, com 94 democratas votando a favor, e 95 votando contra !
A líder da minoria, Nancy Pelosi, manifestou o seu desagrado com a legislação proposta. Por outro lado, a atitude do partido de extremo desconforto com a proposição – que tinha sido chancelada pelo Presidente – foi evidenciada pelo proposital atraso na manifestação pessoal de cada representante. O sufrágio eletrônico dos democratas foi expresso nos últimos segundos dos quinze minutos dados pela Mesa para o exercício desse direito pelos deputados.
Se ainda não estão acessíveis as informações acerca do articulado sobre o qual votavam, os prenúncios não poderiam ser mais devastadores em suas sinalizações quanto ao colossal erro de avaliação – conjugada com singular fraqueza – de parte do Presidente Obama.
Agora o acordo vai para o Senado e há poucas esperanças de que essa catástrofe – nas palavras do Prêmio Nobel Paul Krugman – possa ainda ser evitada. Se o Senado aprovar esta geringonça a pretexto de evitar o pior – vale dizer, o calote anunciado – persistem muitas dúvidas se tal será a saída apropriada para a crise.
No entanto, na hipótese da concordância do Senado – a sua maioria democrata dificilmente se dissociaria de acordo avalizado pela Casa Branca -, não há nenhuma razão para o otimismo.
Se os pormenores faltam, a sombra de o que se costurou é tão ominosa e inquietante a ponto de não deixar espaço para nesgas de sol e de esperança no quadro bosquejado pela bancada republicana, nas cores maniqueístas e extorsivas dos representantes do Tea Party, ao qual assentiu em vergonhosa capitulação, ainda no relato de Paul Krugman, o 44º Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Hussein Obama.
Haverá decerto muito a escrever acerca de este erro político. Mas por mais minuciosa que seja a descrição não acrescentará muito à sensação de desacorçoamento e perplexidade perante tal equívoco, com suas inúmeras consequências sobre o povo americano, e a trajetória de seu Presidente, do Partido Democrata e as próprias condições de governo naquele país.
(Fontes subsidiárias: CNN e O Globo )
terça-feira, 2 de agosto de 2011
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