sábado, 27 de agosto de 2011

Notícias do Front (X)


Se descuidas do Meio Ambiente...

           Apesar de que nos Estados Unidos exista candidato vitorioso nas urnas, mas esbulhado pela justiça da presidência, e que se tem empenhado pela conscientização ecológica, por um estranho desenvolvimento o ambientalismo continua a parecer suspeito ao homem da rua americano.
           Mais do que qualquer homem público, Al Gore se identifica com a causa ambiental. Não obstante as asnices republicanas, a tibieza de diversos políticos – a começar pela do presidente Barack Obama e a insidiosa propaganda estipendiada pelos irmãos Koch, muito tem contribuído para que o povo estadunidense – na dianteira mundial em tantos aspectos – o país se está atrelando à publicidade interesseira e desonesta de alguns, e ao reacionarismo burro de outros para que venha a empavonar-se na vanguarda do atraso, com a única e mui honrosa exceção do estado da Califórnia.
           Como assevera a sapiência popular, o pior cego é aquele que não quer ver. Depois de ter ido à Copenhague, e participado da insatisfatória resposta da comunidade internacional ao desafio do clima, o presidente Obama omitiu-se uma vez mais, pouco ou nada fazendo para que o Congresso estadunidense aprovasse novas metas em matéria ambiental para aquela grande nação.
           Por considerações oportunistas, o Congresso se curvou à miopia republicana, que confunde ambientalismo com esse gravíssimo crime político que é para eles o esquerdismo, ou a tentativa de controlar emissões danosas para o meio ambiente.
           No país da alta tecnologia e das soluções vanguardeiras, é pelo menos bizarro que se recuse a ver o perigo do incremento das emissões de gás carbônico e as suas consequências climáticas.
           Que se empeçam as urgentes medidas de proteção ambiental em decorrência de peculiar aliança entre energúmenos, ignorantes de boa cepa e petroleiros convictos.A cada momento, o desastre climático se agrava ao norte do Rio Grande, em que as secas se revezam com as inundações, com a turbinada virulência dos tornados do meio oeste, dos furacões que acompanham essa estranha curva do antiprogresso, assolando terras nunca dantes visitadas com tanta fúria, e por aí afora, no melancólico legado dos reis fracos que, camonianamente, tornam fraca a forte gente.


O governo de D. Dilma virou neoliberal ?


            O governo do Partido dos Trabalhadores não pode permitir que a legislação nacional seja desrespeitada por intermédio da venda da TAM – lembram-se? a empresa que tem orgulho de ser brasileira - para a chilena LAN.
            Ao contornarem, por via do capital, este requisito básico que salvaguarda o óbvio interesse nacional, os atuais proprietários cometem grave infração contra a lei brasileira.
            A TAM é a maior empresa nacional, com quinze destinos internacionais e quarenta e cinco destinos nacionais. A TAM é a maior empresa aérea brasileira nas linhas internacionais, e dispõe de grande rede de linhas internas por esses brasis. Apesar de não ter adquirido a VARIG, na prática a TAM é a sucessora da nossa Viação Aérea Rio-Grandense.
            É de perguntar-se por onde anda o governo da senhora Dilma Rousseff que até o presente nada fez para atalhar essa venda ilegal de patrimônio nacional ? Para que serve toda a maquinária institucional com o CADE, a ANAC, o Ministério da Defesa e lá se sabe o que mais se impávidos assistem esse entreguismo deslavado, que ném o governo de FHC, com todas as suas fumaças neoliberais, sequer pensou ou admitiu ?
            Sem dúvida o real criador da TAM, o Comandante Rolim Amaro deve estar-se revirando na tumba com um desrespeito tão acintoso ao lema da própria companhia. Será que não há limite para tais tratanças antinacionais, dona Dilma ?


Malabarismos com a previsão do PIB ?


            A Presidenta Dilma Rousseff não parece confortável com a previsão de 4% - referida no curso desta semana pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega – e já determinou como previsão para o PIB em 2011 a adoção da taxa de 3,7%.
            Como pareceria talvez para os incautos, não se trata, em verdade, de uma disputa bizantina de projeções tentativas que serão determinadas pelo futuro, quanto ao crescimento da economia brasileira.
            Se o reduzirmos para essa quota inferior à precedente, o crescimento nacional continuará mais acelerado do que os países desenvolvidos, porém menor em relação aos emergentes como China e Índia.
            Apenas uma preocupação estatística ? Nem tanto. Com a alça menor do PIB se acenderia o sinal verde para que o Banco Central do senhor Tombini principie a cortar a taxa de juros, atualmente em 12,5%. Recordem-se que por fumaças de pretensões autonomistas que Henrique Meireles foi defenestrado da direção do Banco Central – que ocupou pelos oito anos do Presidente Lula da Silva – pela candidata eleita Dilma Rousseff.
            Todos nós somos favoráveis ao desenvolvimento, dona Dilma, mas devemos resguardar-nos da reaparição do velho dragão. Recorda-se que por causa da ‘marolinha’ e dos aumentos, ditos sazonais, seu antecessor Lula nos legou a dúbia dádiva da herança inflacionária, que o Plano Real, combatido pelo PT, lograra afinal afastar da vida do brasileiro comum ?
            Os juros altos são o que nos resta para conter a inflação. Conhecemos o seu desenvolvimentismo, senhora presidente, mas é melhor cuidar que a carestia não volte pela porta dos fundos, sob as fumaças estimativas de menor pressão da economia e a fraqueza política do Copom.



O Prefeito Eduardo Paes e o progresso


           Dentro de seu ativismo olímpico e com 2012 de eventual reeleição às portas, o prefeito Eduardo Paes vem demonstrando grande ativismo em pequenas causas. A esse respeito, menciono duas cruzadas suas.
           Quem desconhece o passado, está condenado a repeti-lo. Ao determinar a retirada dos fradinhos – marcos colocados nas calçadas – e também das grades nos jardins públicos, o prefeito – eleito com o apoio determinante de seu patrono Sérgio Cabral, o que lhe permitiu derrotar no photochart da política o desafio do verde Gabeira – cria dois dúbios factóides, com previsíveis consequências.
           Como lhe apontou em crônica Ferreira Gullar, retirar as grades dos jardins e parques públicos será de novo condená-los à invasão por mendigos e moradores de rua, o que lhes desencadeará a mesma decadência que motivara a implantação no passado das ditas grades...
           Por outro lado, os fradinhos estão nas calçadas para evitar o estacionamento abusivo dos carros, com os transtornos previsíveis para os pedestres, e para que a finalidade dos passeios públicos, que aí não estão – é bom que se frise – para serem transformados em pistas de ciclistas e ocupação por viaturas.


( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo)

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