segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Justiça para Dominique Strauss-Kahn (III)


           O que se prenunciara, com o anterior anúncio pelo Promotor Distrital Cyrus Vance Jr. que expressava dúvidas sobre a continuação da ação na justiça nova-iorquina contra Dominique Strauss-Kahn, acaba de confirmar-se.
           Cyrus Vance vai recomendar ao Juiz que, por falta de credibilidade da alegada vítima Nafissatou Diallo, seja arquivada a ação contra DSK por assalto sexual. Na verdade, Vance não acredita que existam, por outro lado, provas bastantes para convencer o júri de que o ex-Diretor-Geral do FMI é culpado sem sombra de dúvida do ato criminoso, e dessarte assegurar a sua eventual condenação.
           O advogado da defesa, ao lado da camareira guineense, reagiu com a esperada veemência verbal. Como se sabe, nas últimas semanas Diallo se empenhava em campanha de opinião pública, com particular ênfase junto à população afro-americana, no sentido de aumentar a pressão sobre o promotor-distrital a fim de evitar a desistência que já se prefigurava pelo comportamento dúbio da suposta vítima e suas ligações com traficantes, etc. O interesse de instrumentalizar o caso era tal que se sugeriu transferir o foro para fora de Manhattan, para outro que fosse mais suscetível a secundar as pretensões da camareira.
           Dentro do seu interesse de conseguir uma boa compensação financeira pelo caso, o advogado de Diallo já entrou com um processo cível de indenização contra Strauss Kahn.
           Outra ação contra Strauss Kahn, sobre a qual pairam suspicácias de oportunística, é a movida em Paris por um alegado assalto sexual ocorrido em 2002.
           Afigura-se deplorável que se tenha submetido Dominique Strauss-Kahn a toda a parafernália de humilhação pública – a caminhada do perpetrante algemado (perp’s walk), no modelo lançado pelo antigo promotor Rudolph Giuliani, a prisão na cadeia, a imposição de fiança de cinco milhões de dólares, e a obrigação de uso de tornozeleira eletrônica, entre outras medidas – para ao final e ao cabo, se determinar que o promotor não dispunha de provas suficientes para acusá-lo em juízo.
           Os prejuízos sofridos por DSK – destituição do FMI, perda da candidatura à presidência na França – sem falar na carga de danos morais e de imagem não parecem suscetíveis de serem repostos. Se há ganhadores em toda esta estória, avulta sem dúvida a figura de Nicolas Sarkozy que não terá pela frente na disputa pelo Elysée um candidato com a popularidade e as possibilidades que antes reunia Dominique Strauss Kahn.


( Fonte: CNN)

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