domingo, 18 de outubro de 2020

Pantanal: governo dribla cobranças e favorece ruralistas

Do criminoso fogaréu do Pantanal, com os danos ecológicos consideráveis provocados, além das enormes exigências colocadas pela criminosa prática dos fazendeiros, os ministros Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Tereza Cristina (Agricultura) limitaram-se, ao invés, a defender a polêmica ideia do boi-bombeiro - em resumo, quanto mais gado em um lugar, maior o consumo de capim e menor a quantidade de massa orgânica para propagar o fogo. Ministros não são avestruzes para enfiar as cabeças na terra do Pantanal e fazer de conta que os fogos são combustões espontâneas. Carece de muita má-fé para que Salles e Tereza Cristina façam de modo a olhar para o outro lado, e solenemente ignorem as criminosas queimadas dos fazendeiros do Pantanal. Será que o velho general de Gaulle terá sempre razão, ainda que do túmulo, quando dizia que "le Brésil n'est pas un pays sérieux !" ? Jovem segundo secretário na Embaixada em Paris, cercado por colegas de escol, tinhamos que aguentar as admoestações do antigo e famoso Cabo de Guerra francês. Mas, sob Bolsonaro, o que aconteceu ora no Pantanal foi muito mais sério. Os incêndios teriam sido colocados pelos fazendeiros, ou por seus prepostos, que o fizeram de forma provocativa e extremamente danosa ao interesse público. Como se pode tolerar que se promova um estrago tal, que obrigou os nossos bombeiros e forças da ordem a hercúleos esforços, enquanto um bando de bandidos fazia o que lhe dava nas ventas, atendendo exclusivamente aos próprios interesses mesquinhos? Tudo isso sem falar nos danos enormes provocados, os esforços hercúleos exigidos de bombeiros e forças auxiliares, e, a par disso, o alegado atentado à vegetação do Pantanal, ás suas formações vegetais, com o estrago considerável do bioma, tudo isso sob o peso de um silêncio quase sepulcral quanto aos mandantes - na prática, os responsáveis?! Será que regredimos no tempo, e essa gente, com a respectiva extração, pensa deter o poder necessário para constranger ao silêncio em termos de determinação de responsabilidades, a despeito das veladas ameaças a que os poderes constituídos não tiveram sequer a hombridade de determinar medidas que dessem ao Povo brasileiro uma impressão de que vivemos em um mundo democrático, em que os direitos e os deveres dos brasileiros são respeitados, inclusive no que tange às respectivas responsabilidades? Estamos acaso revivendo a experiência de uma república sob o jugo de "coronéis" e de fazendeiros, que se acreditam acima das Leis? Fontes: cobertura de jornais e da tevê; informes sobre acompanhamento de reuniões de "coronéis" e fazendeiros.

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