O atual homem forte - e põe forte nisso - da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, tornou à tecla de
sua especial preferência. O presidente Erdogan,
durante a sua visita à Alemanha, pediu que turcos e alemães "virem a
página" na relação bilateral. Para
tanto, vejam o que o homem forte turco
deseja: o governo alemão deveria classificar
o movimento Güllen - que o próprio Erdogan responsabiliza por um golpe malogrado contra a
sua administração em 2016 - como "organização terrorista".
A paranóia do ditador da Turquia o
leva a transformar um clérigo, que lidera o Hizmet
- ou movimento Güllen, que mobiliza do estrangeiro (Estados Unidos) a sociedade
civil e mesmo parte do estamento militar turco, com mensagem de abertura e
modernidade. Como o Hizmet é
coordenado nos Estados Unidos pelo clérigo turco Fethullah Gülen, tal basta que o ditador o considere movimento
subversivo, e nesse sentido Erdogan tem tentado repetidas vezes obter a
extradição de Gülen - que vive exilado nos Estados Unidos.
A dita
"estratégia" agora fê-lo levantar uma vez mais o próprio temor contra
Güllen, e por isso pediu ao governo de Angela Merkel que classifique o movimento
desse clérigo como "organização terrorista".
Esse temor de Erdogan reflete, no
entanto, realidade que a intolerância e o endurecimento do regime turco atual
cuidam de alimentar. Güllen tem grande penetração intelectual e inegável popularidade
nas classes turcas mais instruídas, as quais anseiam por modelo mais aberto e
menos intolerante do que a situação criada pelo regime autoritário de Erdogan,
com fumaças crescente de pretensa autarquia, que não está longe de destruir, na
prática, a democracia na antiga terra dos Sultôes, além dos princípios
instituídos pelo Atatürk - Mustapha
Kemal - o formador da Turquia moderna, com o laicismo democrático, que por sua vitória contra a expedição grega, determinara
a expulsão da população helênica daquele subcontinente, resultando na denominada
catástrofe para os gregos asiáticos,
que habitavam o continente há milênios, e que foram transladados manu militari para o que é o território
da República da Grécia nos dias correntes .
(
Fontes: experiência na Grécia moderna; nota no Estado de S. Paulo )
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