segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Erdogan volta a bater na tecla Güllen


                     
        O atual homem forte - e põe forte nisso - da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, tornou à tecla de sua especial preferência.  O presidente Erdogan, durante a sua visita à Alemanha, pediu que turcos e alemães "virem a página" na relação bilateral.  Para tanto, vejam o que o homem forte turco deseja:  o governo alemão deveria classificar o movimento  Güllen - que o próprio Erdogan  responsabiliza por um golpe malogrado contra a sua administração em 2016 - como "organização terrorista".
         A paranóia do ditador da Turquia o leva a transformar um clérigo, que lidera o  Hizmet - ou movimento Güllen, que mobiliza do estrangeiro (Estados Unidos) a sociedade civil e mesmo parte do estamento militar turco, com mensagem de abertura e modernidade. Como o Hizmet é coordenado nos Estados Unidos pelo clérigo turco Fethullah Gülen, tal basta que o ditador o considere movimento subversivo, e nesse sentido Erdogan tem tentado repetidas vezes obter a extradição de Gülen - que vive exilado nos Estados Unidos.
            A dita "estratégia" agora fê-lo levantar uma vez mais o próprio temor contra Güllen, e por isso pediu ao governo de Angela Merkel que classifique o movimento desse clérigo como "organização terrorista".
              Esse temor de Erdogan reflete, no entanto, realidade que a intolerância e o endurecimento do regime turco atual cuidam de alimentar. Güllen tem grande penetração intelectual e inegável popularidade nas classes turcas mais instruídas, as quais anseiam por modelo mais aberto e menos intolerante do que a situação criada pelo regime autoritário de Erdogan, com fumaças crescente de pretensa autarquia, que não está longe de destruir, na prática, a democracia na antiga terra dos Sultôes, além dos princípios instituídos pelo Atatürk - Mustapha Kemal - o formador da Turquia moderna, com o laicismo democrático, que por  sua vitória contra a expedição grega, determinara a expulsão da população helênica daquele subcontinente, resultando na denominada catástrofe para os gregos asiáticos, que habitavam o continente há milênios, e que foram transladados manu militari para o que é o território da República da Grécia nos dias correntes .  


( Fontes: experiência na Grécia moderna; nota no Estado de S. Paulo )    

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