sábado, 6 de outubro de 2018

O Vexame está próximo


                                   

         Brett Kavanaugh e sua candidatura ao Supremo arrastam-se até aqui. Por uma série de erros, ele está à beira da eleição.  Que títulos terá para ocupar cadeira no Supremo?  Perguntem ao presidente que ele talvez  nos dê resposta, que longe estará de ser satisfatória.
           Mas por via das dúvidas, é o caso de apresentar alguns subsídios.

            Os jornais dizem que a discussão dessa candidatura judicial foi uma das mais contrastadas dos últimos tempos. A frágil maioria republicana ter-se-á mantido coesa, não obstante todos os depoimentos contrários, a par dos persistentes ecos vindos de um tempo de homéricas bebedeiras e de sazão universitária cujos mores fazem inveja aos da dissolução no Baixo Império Romano, com os intermináveis porres e consequentes bacanais que poluem as festanças dessa juventude, que já chega corrompida, dando-nos a penosa impressão de substituírem a sede do saber pela luxúria, e a ambiência de um império que nos surge decadente, no final do século vinte.
             Se a mensagem transmitida pelo Senado é esta, preparem-se para tempos difíceis, em que a ética da maioria da Corte Suprema - e quanto mais os seus integrantes a puxem para baixo - tornará compreensível, mas inaceitável - o choque entre as designações tradicionais e a agressiva realidade, produzida por um tal  presidente - que já dispensa definição -,  e  por Senado, ainda com maioria republicana , que não se peja de formar esse tribunal canguru, que reflete as deploráveis práticas e triste exemplo da Administração Trump - que, ao imitar os mores e práticas de uma administração Buchanan, prefere deformar a Corte Suprema a apresentar-nos tribunal que possa trabalhar por um melhor futuro para os Estados Unidos da América,  desmanchando a poluição da decadência. Esta já vimos nos costumes da referida juventude universitária dos finais do século vinte.

             O Senado americano tem diante de si a alternativa - seguir alacremente a senda maldita de povoar o Supremo com representantes que podem refletir as digitais e a mentalidade da Administração Trump - ou de mostrar aos pósteros momento de respeito e dignidade, recusando a indicação e contribuindo para formar um novo Supremo, com maioria que responda com o júbilo das grandes jornadas que sequer começam, a esperança imortal, que o Homem leva dentro de si, para continuar a construir o Futuro, que torne possível o Sonho americano.

(Fontes:  The New York Times; Folha de S. Paulo; O Estado de S. Paulo )

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