Brett Kavanaugh e sua
candidatura ao Supremo arrastam-se até aqui. Por uma série de erros, ele está à
beira da eleição. Que títulos terá para
ocupar cadeira no Supremo? Perguntem ao
presidente que ele talvez nos dê resposta,
que longe estará de ser satisfatória.
Mas por via das dúvidas, é o caso de
apresentar alguns subsídios.
Os jornais dizem que a discussão
dessa candidatura judicial foi uma das mais contrastadas dos últimos tempos. A
frágil maioria republicana ter-se-á mantido coesa, não obstante todos os
depoimentos contrários, a par dos persistentes ecos vindos de um tempo de homéricas
bebedeiras e de sazão universitária cujos mores fazem inveja aos da dissolução no
Baixo Império Romano, com os intermináveis porres e consequentes bacanais que poluem
as festanças dessa juventude, que já chega corrompida, dando-nos a penosa
impressão de substituírem a sede do saber pela luxúria, e a ambiência de um império
que nos surge decadente, no final do século vinte.
Se a mensagem transmitida pelo
Senado é esta, preparem-se para tempos difíceis, em que a ética da maioria da
Corte Suprema - e quanto mais os seus integrantes a puxem para baixo - tornará
compreensível, mas inaceitável - o choque entre as designações tradicionais e a
agressiva realidade, produzida por um tal presidente - que já dispensa definição -, e por Senado,
ainda com maioria republicana , que não se peja de formar esse tribunal canguru, que reflete as deploráveis
práticas e triste exemplo da Administração Trump - que, ao imitar os mores e práticas
de uma administração Buchanan, prefere deformar a Corte Suprema a
apresentar-nos tribunal que possa trabalhar por um melhor futuro para os
Estados Unidos da América, desmanchando
a poluição da decadência. Esta já vimos nos costumes da referida juventude
universitária dos finais do século vinte.
O Senado americano tem diante de
si a alternativa - seguir alacremente a senda maldita de povoar o Supremo com
representantes que podem refletir as digitais e a mentalidade da Administração
Trump - ou de mostrar aos pósteros momento de respeito e dignidade, recusando a
indicação e contribuindo para formar um novo Supremo, com maioria que responda
com o júbilo das grandes jornadas que sequer começam, a esperança imortal, que
o Homem leva dentro de si, para continuar a construir o Futuro, que torne
possível o Sonho americano.
(Fontes: The New York Times; Folha de S. Paulo; O
Estado de S. Paulo )
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário