sábado, 6 de outubro de 2018

Considerações à margem do dia 7


                              

          As urnas se abrem amanhã em cenário de relativa incerteza quanto aos eventuais vencedores. Bolsonaro é o que tem a dianteira no primeiro turno e, por conseguinte, a possibilidade de passar para o segundo turno. Ele pode até ganhar no primeiro turno, mas o mais provável é que enfrente em segundo turno Haddad - a quem venceria;  e as zebras Ciro - que ganharia do capitão, e Alckmin, que passaria de seu total no 1º turno de 9% , e venceria no segundo Bolsonaro com 43 a 42.
          Segundo o Datafolha, portanto, Bolsonaro poderia passar para o segundo turno, mas isto não lhe garante a vitória no segundo turno.
           Por outro lado,  Marina é a mais experiente entre os candidatos para o segundo turno, e, sem embargo, por questões até agora não elucidadas continua no limbo, com muito baixos índices de aprovação. O mais interessante é que começou bem, mas a sua curva de aprovação caíu bastante.
             Sem embargo, et pour cause,  a sua presença no debate desta semana da Rede Globo recebeu uma atenção deferente de alguns candidatos que a convidaram para responder a uma questão sua (do próprio candidato). Na oportunidade, verificou-se uma vez mais a sua capacidade, articulação e conhecimento objetivo nas várias questões que foram levantadas não por ela, mas por  candidatos na mesma liça que a respeitam e admiram.
                Por isso, Marina constituíu uma reiterada surpresa em porquê a sua candidatura em meio a tantos candidatos  terá de repente despencado na escala das preferências, surpresa essa que não impede a colegas seus de relevo (e em várias faixas sérias da disputa) tenham optado por chamá-la a intervir no debate, em um óbvio crédito de confiança a alguém tarimbado na política, e com lata compreensão dos principais problemas sub judice.  E quem assistia à referida disputa ter-se-á dado conta que os seus muitos colegas no debate da Rede Globo tinham ideia bastante firme e segura quanto à capacidade da candidata Marina, tanto em situar os problemas, quanto em debater-lhes a eventual solução. E não seria demasiado conjeturar que outros elementos com situação muito superior na atual disputa presidencial estariam longe de enfocar as questões e de dar-lhes  visão sinótica com a segurança e a precisão da candidata Marina, se fossem eventualmente comparados com a fundadora da Rede.

                Por fim, cabe mencionar outro comportamento - que difere deveras daquele da candidata Marina - que foi citado hoje, em primeira página, pela Folha de S. Paulo, e que se reporta ao irrequieto candidato ao governo paulista, João Doria : "Geraldo Alckmin (PSDB), com 9%, enfrentou fuga de aliados e passou por constrangimentos com o candidato ao governo paulista. Sem se engajar de fato na campanha presidencial do colega de partido, Doria aguarda a definição do segundo turno para declarar apoio a Bolsonaro."

( Fonte:  Folha de S. Paulo,  O Estado de S. Paulo )

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