quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Sondagens petistas


                              
          Em contraponto à estruturação da já existente assessoria militar ao candidato Jair Bolsonaro, e diante da possibilidade de o candidato Fernando Haddad vencer o segundo turno, o chefe petista Luiz Inácio Lula da Silva instruíu, de sua prisão em Curitiba, emissários com a missão de "medir a temperatura nos quartéis", no caso de Fernando Haddad vencer o segundo turno, tendo em vista a reação militar diante da circunstância de que tal ocorra, não obstante as denúncias pela Operação Lava Jato da corrupção sistêmica.
             Os interlocutores designados para exercer a espinhosa missão  são três ex-ministros da Defesa, que participaram de governos petistas: Nelson Jobim, Celso Amorim e José Viegas.      
              A notícia dada pelo 'Estado' é claramente post-factum, mostrando, portanto,que houve uma atmosfera de discrição no que concerne a tal notícia, o que é de resto compreensível, dada a delicadeza e as implicações da questão.
               O encontro com o "principal emissário", o ex-Ministro do Supremo Nelson Jobim, teve logicamente a maior parte da matéria do Estadão. Ele se reuniu, em Brasília, com o Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas; e igualmente foi recebido pelo atual Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, que é também amigo de Jobim.
                 Compreensivelmente, nada transpirou das duas visitas. Foi apenas precisado que elas se realizaram, mas nada foi dito acerca do teor das conversas, realizadas "a portas fechadas".
                   Dentro do modelo acima mencionado, Jobim também negou que tenha viajado a Brasília como emissário ou para promover pacificações, mas que "aproveitou visita à cidade para encontrar amigos".
                     Nas diferentes conversas, diante do interesse do PT em saber qual seria a conduta dos militares se o partido ganhar a eleição, a resposta foi "cumpre-se a Constituição". Quanto às questões da caserna, o PT foi advertido a não tentar interferir internamente.
                       Sobre a possibilidade de indulto a Lula, para surpresa dos emissários, a resposta dos militares foi unânime: "Isso é problema  da Justiça".  Sem embargo, os militares não deixaram de registrar que isso não seria bom, porque reforçaria o sentimento de falta de segurança jurídica no País.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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