Em contraponto à
estruturação da já existente assessoria militar ao candidato Jair Bolsonaro, e
diante da possibilidade de o candidato Fernando Haddad vencer o segundo turno,
o chefe petista Luiz Inácio Lula da Silva instruíu, de sua prisão em Curitiba, emissários
com a missão de "medir a temperatura nos quartéis", no caso de
Fernando Haddad vencer o segundo turno, tendo em vista a reação militar diante
da circunstância de que tal ocorra, não obstante as denúncias pela Operação Lava
Jato da corrupção sistêmica.
Os interlocutores designados para
exercer a espinhosa missão são três
ex-ministros da Defesa, que participaram de governos petistas: Nelson Jobim,
Celso Amorim e José Viegas.
A notícia dada pelo 'Estado' é
claramente post-factum, mostrando,
portanto,que houve uma atmosfera de discrição no que concerne a tal notícia, o
que é de resto compreensível, dada a delicadeza e as implicações da questão.
O encontro com o "principal
emissário", o ex-Ministro do Supremo Nelson Jobim, teve logicamente a
maior parte da matéria do Estadão. Ele se reuniu, em Brasília, com o Comandante
do Exército, general Eduardo Villas Bôas; e igualmente foi recebido pelo atual
Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio
Etchegoyen, que é também amigo de Jobim.
Compreensivelmente, nada
transpirou das duas visitas. Foi apenas precisado que elas se realizaram, mas
nada foi dito acerca do teor das conversas, realizadas "a portas
fechadas".
Dentro do modelo acima
mencionado, Jobim também negou que tenha viajado a Brasília como emissário ou
para promover pacificações, mas que "aproveitou visita à cidade para
encontrar amigos".
Nas diferentes conversas,
diante do interesse do PT em saber qual seria a conduta dos militares se o
partido ganhar a eleição, a resposta foi "cumpre-se a Constituição".
Quanto às questões da caserna, o PT foi advertido a não tentar interferir internamente.
Sobre a possibilidade de
indulto a Lula, para surpresa dos emissários, a resposta dos militares foi
unânime: "Isso é problema da Justiça". Sem embargo, os militares não deixaram de
registrar que isso não seria bom, porque reforçaria o sentimento de falta de
segurança jurídica no País.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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