Se
se sabe que Marina constituía uma adversária formidável contra Dilma Rousseff,
e que fora torpedeada pelo PT, justamente por tal circunstância, surpreende o
fato de o apoio para a candidata da Rede se haja literalmente liquefeito na
presente eleição.
Já é a terceira eleição presidencial a que Marina concorre. Na primeira, malgrado as circunstâncias,
Marina surpreendera positivamente. Teve
boa votação, mas foi superada por Dilma e José Serra. Na segunda -
provavelmente a oportunidade em que dispunha de mais chances, perdeu para Dilma
e pelo posterior crescimento da candidatura de Aécio Neves.
Então, a crise na própria candidatura se deve a uma investida do PT e de seus agentes, com acusações desleais
e sem base para a inqualificável insinuação no filmete de que ela apoiava os
banqueiros em detrimento das classes mais necessitadas. A então força petista
em termos das estruturas governamentais e mesmo judiciárias lhe levaria de
roldão a candidatura, com acusações pesadas no quadro de João Santana e Mônica
Moura, que seriam afastadas se a disputa na Justiça eleitoral fosse equânime.
Quanto a eventual apoio atualmente à candidatura de Ciro Gomes, não
haveria de parte de Marina muita disposição e mesmo atmosfera política.
É lamentável que alguém da retidão e honestidade de Marina, hoje
atributos raros na política brasileira,do seu empenho e notório saber in loco em termos de meio-ambiente, e da
sua biografia política, haja recolhido uma resposta do presente corpo eleitoral que
definitivamente não corresponde ao seu próprio valor, empenho ambiental,
carisma e consequente capacidade de liderança.
É bem verdade que a crise no seu partido Rede Sustentabilidade já mostra
a cabeça, o que se refletiu em número muito baixo de representantes políticos,
decepcionante mesmo, e consequente falta de peso eleitoral, e do consequente
poder político. Essa crise no Partido Rede Sustentabilidade é real, e deveria
com urgência ser afrontada porque o Brasil não pode permitir que um partido
engajado no Meio Ambiente, quando se vêem tantas afrontas à consciência
ecológica e notadamente na Amazônia na atual Administração, e na corrente investida do grupo ruralista contra a Selva amazônica.
No Pará e não só nesse estado, mas em grandes faixas no Acre e até no que
simboliza o pulmão do planeta, no estado do Amazonas surgem as condições para
uma nefária devastação de o que é grande maravilha para a Humanidade, orgulho
de notáveis que há na Historia adentraram.
Não podemos permitir a criminosa savanização da Amazônia, pulmão do
mundo e patrimônio da Terra. Por isso, o
silêncio, que só aproveita àqueles que
tem postura conivente com a sistemática destruição do chamado Inferno Verde, e
será o único inferno a que a consciência do Povo brasileiro e dos próprios
Amazônidas deve não só preservar, mas também condições para que essa portentosa
magna floresta continue a mostrar a pujança e beleza de uma das maravilhas da Humanidade,
a que o Povo brasileiro tem de reverter as criminosas destruições que devem ser
detidas e de imediato, antes que a Amazônia seja empurrada para áridas savanas
que a cupidez dos desmatadores têm pressa em prosseguir nesse crime contra o
pulmão do planeta. Diante de tantos satélites e de tão extensa cobertura, não é mais lícito valer-se de eventuais
dificuldades de transporte e acesso. O
Brasil, que já deixou, pela irresponsabilidade de muitos, que grandes símbolos
de nosso Patrimônio histórico tenham sido apagados pela insolência do fogo que
é fruto da fraqueza, e da fragilidade da nossa resolução, não pode permitir que
a cobiça e a avidez venham a despojar-nos desse amazônico patrimônio, orgulho
de tantos estrangeiros que aqui vieram estudá-lo e classificá-lo. A Amazônia é o
templo verde da Humanidade e de nossos descobridores. Se eles o defenderam no
passado, com a astúcia e tenacidade do luso e do nosso caboclo, não temos o
direito de passivamente assistir ao criminoso desmatamento. Não foi por acaso que este pulmão da
Humanidade se acha em mãos brasílicas.
Não devemos ser nem fracos e nem tolos, para que se permita na época em
que os grandes espaços aí estão para ser desvelados pelos satélites, que
sejamos cúmplices de assassinato médio-ambiental. O Brasil não é grande por
acaso, mas pela presença de gente como os bandeirantes, os paulistas e os
amazônidas que, com sangue indígena, criaram condições para preservar tal
patrimônio para a Humanidade, o Inferno Verde que a nós cabe defender e preservar, pensando a
um tempo nos caboclos, que nele vivem, e nos homens e mulheres que têm nela, na
floresta de Humboldt e de tantos outros beneméritos da Humanidade, este nosso enorme
Patrimônio, que se não nos caíu do céu e a que devemos defender de todas as
formas, a começar pela conscientização política, contra a má-fé da cobiça de
tantos, nessa luta ingente pela preservação da Floresta, dádiva eterna de Mãe
natureza.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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