terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sandy e os Candidatos presidenciais


        Antes que o furacão Sandy se transformasse na catástrofe atual - que assola os estados de New Jersey, Nova Iorque e ameaça o restante da Nova Inglaterra, além de Washington e a Pennsilvania - o candidato republicano Mitt Romney sugerira, dentro de suas medidas anti-estatais e de economia, que a FEMA (a Agência Federal de gerenciamento de Emergências) fosse desmantelada, sendo as suas funções repassadas para os estados.  Dessarte, dentro da filosofia do executivo da Bain Capital, se trataria de livrar os estados (e o contribuinte) da burocracia federal em termos de desastres naturais.
        Sempre segundo tal enfoque peculiar, os serviços emergenciais em matéria ambiental ficariam a cargo dos estados da federação, supostamente por estarem habilitados a uma intervenção com a necessária presteza naquelas unidades federativas que delas carecessem.
        Sem se dar conta da sua tola proposta - flagelos naturais, como foi o Katrina, pela sua extensão e gravidade clamam por uma coordenação de medidas, de maneira a fornecer uma resposta com o alcance e a eficiência imprescindíveis para garantir não só mais proteção para os núcleos demográficos atingidos, senão maior integração dos diversos estados no caminho eventual do novo desastre natural  - o que o ex-governador de Massachusetts lograria seria pulverizar a assistência e as providências preventivas, com a consequente descoordenação e desperdício de esforços.
      Nada mais oportuno para pôr a nu a estupidez das propostas anti-estado federal que são características da direita americana, dentro da linha do Tea Party e congêneres, lá denominada de conservadora e que, na realidade, é reacionária, pois se propõe voltar atrás no tempo.
      Por sua vez, sublinhando incidentalmente a diferença política,  o presidente Barack Obama é visto  a dirigir a mesa diretora da FEMA.
      É cedo para determinar o alcance de mais esta gafe de Mitt Romney. Não obstante, Obama tem enfatizado em todos os cenários - a partir da sala de imprensa da Casa Branca, onde se cingiu a dizer que somente se ocuparia de questões relativas ao furacão Sandy - que um fenômeno natural desse porte, com os riscos potenciais que apresenta para as povoações que se achem na sua área de atuação passa a frente de tudo o mais, inclusive a campanha eleitoral nos seus derradeiros e decisivos dias. 
      É uma atitude de todo diversa daquela adotada por George W. Bush,  que pensara poder tratar com olímpica indiferença o furacão Katrina e todas as suas nefastas consequências para as populações por ele golpeadas.
      Barack Obama atravessa momento muito mais delicado, e com implicações de maior imediatismo e relevância. Nâo trepidou em escolher aquilo que deve ser priorizado, malgrado todas as possíveis consequências para a respectiva tentativa de obter um segundo mandato em uma eleição disputadíssima e de incerto fim.
      Passado o dia seis de novembro será de todo interesse para governos futuros determinar-se do quanto influirá para o resultado final o comportamento respectivo dos dois contendores. Talvez, como no caso do Katrina, Sandy dê o ensejo de verificar-se da conveniência ou não de atender ao interesse maior, com a pririodade devida à situação das comunidades ameaçadas por flagelo natural.
     

( Fontes:  Rede Globo, O Globo )

Nenhum comentário: