Declarações de F. Haddad
Segundo a imprensa, Fernando Haddad disse ser o "segundo poste" eleito por Lula. A afirmação, feita decerto na exaltação da vitória, o poria no mesmo nível do primeiro poste - cuja identidade semelha bastante óbvia.
Dada a mocidade do prefeito-eleito de Sâo Paulo e a importância da eleição - arrebatada contra José Serra, por duas vezes candidato a Presidente da República, e em ambas derrotado no segundo turno - a hubris de Haddad ficaria até compreensível, dadas as imprevisibilidades do eleitorado .
É de esperar-se que a personalidade identificada como o primeiro poste mostre alguma compreensão, relevando a bravata de quem foi aquinhoado com triunfo para o qual ainda não pareceria psicologicamente preparado.
A Eleição americana e o Furacão Sandy
O povo americano e os seus representantes se têm pautado em ignorar o meio ambiente. O Congresso engavetou legislação que de forma assaz modesta buscava tomar ciência do problema e adotar medidas ainda tímidas para lidar com o desafio.
A direita estadunidense continua a achar que o homem não tem nada a ver com a situação climática. Nesse contexto, os petroleiros e multimilionários irmâos Koch é que dão a tônica. Recomendam que nada se faça, porque tudo não passa de um falso problema, inventado por loucos ambientalistas.
Os políticos liberais e o próprio Presidente Obama não têm tido um papel à altura da respectiva inteligência. Na matéria, foram acomodatícios, não dando ao tema a importância devida.
Uma vez mais um furacão irrompe nesse mundo americano, como se as constantes visitas de tornados já não fossem suficientes para adotar-se um enfoque mais pró-ativo e menos conformista com o desafio colocado por fatores cada vez mais agressivos e devastadores.
Ironicamente Sandy vem bagunçar o esquema da reta final da apertadíssima eleição entre Obama e Mitt Romney.
O presidente Barack Obama - para não incorrer em situação similar a de seu antecessor George W. Bush, ao ensejo do Katrina em New Orleans - reassume o seu trabalho de governo, eis que tal obrigação lhe incumbe, diante desse desastre natural.
Forçado a interromper o esforço eleitoral, o povo americano lhe será reconhecido se este empenho se refletir na tentativa de coordenar aquilo que a estrutura de defesa contra calamidades esteja em condições de realizar. É uma batalha ingrata, que deve arrostar por dever de ofício.
Por sua vez, como se assinalou oportunamente, tampouco Mitt Romney poderá valer-se da condição de concentrar-se alegremente na tarefa de convencer na vigésima-quinta hora o eleitor indeciso das vantagens de votar nele, enquanto o seu antagonista lhe deixa o campo livre, obrigado que está a cuidar exclusivamente das tropelias de Sandy.
Ou será que Mitt, com a sua conhecida ligeireza, vá querer faturar por conta de Sandy, passando para Obama a conta do furacão, como se também nesse campo a culpa seja do democrata ?... Seria o cúmulo - Mitt, o ecologista de última hora - porém, se tivermos presente a natureza do candidato do GOP tal não pareceria totalmente fora de propósito...
O bom prognóstico seria a realização de admirável trabalho pelo Presidente, mostrando-se como o Primeiro Funcionário do Estado, a cuidar, com visível dedicação, do interesse do Povo nesta hora difícil. Estaria evidenciando não pelo discurso, mas pela práxis tudo o que dissera antes nos debates acerca do respectivo empenho.
A paga natural estaria na reeleição e quem poderia incriminar-lhe o conluio com as ignotas forças da natureza que este furacão veio sem-cerimônia trazer para uma campanha eleitoral na sua derradeira semana ?
( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário