Anuncia-se pela internet a iminência da morte física do líder cubano. Estaria
respirando por aparelhos.
Na verdade, em
se tratando de personagens como Fidel Castro, com uma presença que, para
o bem ou para o mal, já marcou a história da América Latina, trata-se de um
fato atuarial, que pouco lhe acrescentaria à biografia. Com efeito, a sua morte política, acelerada pelo processo de implosão da União Soviética, já ocorrera na prática quando passara o mando para o seu irmão Raul.
Nobel da Paz para a U.E.
O comitê do
Nobel da Paz, que está a cargo da Noruega, decidiu outorgar o prêmio para a
União Europeia.
A iniciativa
causou certa perplexidade.
Para melhor entendê-la
caberiam as considerações seguintes.
Apesar das
aparências, a comenda não é uma
auto-premiação. É o pequeno reino da
Noruega – que não integra a União Europeia por decisão idiossincrática do
respectivo eleitorado – que a determina. A presente distinção coletiva se aplicaria mais aos autores de um longo processo, do que aos atuais líderes. Esses últimos representam apenas a confirmação do fato irretorquível.
Na realidade, a paz na Europa – depois dos horrores das duas conflagrações da primeira metade do século XX - foi plantada e simbolizada pela reconciliação franco-germânica, por iniciativa do alemão Konrad Adenauer e do francês Charles de Gaulle. Ao firmarem o processo, com as suas bases econômicas anteriores, tudo o mais constitui continuação, inclusive a presente outorga do prêmio.
Ao quebrarem as cadeias da secular inimizade de França e Alemanha, os dois velhos estadistas tornaram hoje quase burocrática a divulgação do prêmio Nobel da Paz de 2012. E aí está a sua principal qualidade: a respectiva banalidade, que é talvez a precípua característica da paz.
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