sábado, 13 de outubro de 2012

Notícias do Front (33)


                                    
Fidel

 
       Anuncia-se pela internet a iminência da morte física do líder cubano. Estaria respirando por aparelhos.
       Na verdade, em se tratando de personagens  como Fidel Castro, com uma presença que, para o bem ou para o mal, já marcou a história da América Latina, trata-se de um fato atuarial, que pouco lhe acrescentaria à biografia.
       Com efeito, a sua morte política, acelerada pelo processo de implosão da União Soviética, já ocorrera na prática quando passara o mando para o seu irmão Raul.
      


Nobel da Paz para a U.E.         

 
        O comitê do Nobel da Paz, que está a cargo da Noruega, decidiu outorgar o prêmio para a União Europeia.
        A iniciativa causou certa perplexidade.

        Para melhor entendê-la caberiam as considerações seguintes.
        Apesar das aparências,  a comenda não é uma auto-premiação.  É o pequeno reino da Noruega – que não integra a União Europeia por decisão idiossincrática do respectivo eleitorado – que a determina.
        A presente distinção coletiva se aplicaria mais aos autores de um longo processo, do que aos atuais líderes.  Esses últimos representam apenas a confirmação do fato irretorquível.
       Na realidade, a paz na Europa – depois dos horrores das duas conflagrações da primeira metade do século XX -  foi plantada e simbolizada pela reconciliação  franco-germânica, por iniciativa do alemão Konrad Adenauer e do francês Charles de Gaulle. Ao firmarem o processo, com as suas bases econômicas anteriores, tudo o mais constitui continuação, inclusive a presente outorga do prêmio.
       Ao quebrarem as cadeias da secular inimizade de  França e Alemanha, os dois velhos estadistas tornaram hoje quase burocrática a divulgação do prêmio Nobel da Paz de 2012. E aí está a sua principal qualidade: a respectiva banalidade, que é talvez a precípua característica da paz.

 
( Fonte:  O  Globo )

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