Eleições parlamentares na Ucrânia
Publica-se
hoje artigo assinado pela Secretária de Estado Hillary Clinton e a Alta Representante para Assuntos Externos da
U.E., Catherine Ashton, sob o título “ As perturbadoras tendências na
Ucrânia” .
É inegável a
oportunidade da iniciativa das duas ministras. Deve-se ressaltar, no entanto,
que não haverá avanço democrático se os procedimentos do Presidente Viktor
Yanukovich continuarem sem uma forte resposta do Ocidente.Após vencer as eleições de 2010, Yanukovich parece não ter aprendido a lição. O fato de se ter valido de um pleito liso e aberto não é uma circunstância passageira, ou, o que seria ainda mais grave, apenas uma oportunidade de instrumentalização.
A perseguição judicial de líderes oposicionistas – como a condenação de Yulia Timoshenko – assim como o afastamento de outros próceres, sob pretextos processuais, precisa receber uma resposta mais incisiva da U.E. e dos Estados Unidos.
Eventuais ausências em cerimônias e certamens orquestrados por Yanukovich e o presente governo ucraniano constituem uma reação bastante débil e ineficaz com vistas a provocar uma substancial mudança de atitude da parte do aprendiz de ditador de Kiev.
A judicialização da política – um processo de que são mestres o autócrata Vladimir Putin, na Federação Russa, e o ditador Alexandre Lukashenko, na Bielorrússia – agora aplicada com desfaçatez por Yanukovich, com vistas a subverter o resultado das próximas eleições parlamentares, não pode induzir apenas de parte do Ocidente a indolores puxões de orelha.
Não tenho dúvidas quanto às boas intenções de Hillary Clinton e Catherine Ashton. Penso, no entanto, que a mensagem para o presidente Yanukovich deveria ser reforçada com recados pontuais: (a) um ponto final na judicialização das relações com a oposição; (b) liberdade imediata para a Timoshenko e os demais líderes oposicionistas presos; (c) abertura do processo político pela Comissão Central Eleitoral, com a indispensável transparência e équa participação da representação oposicionista.
Novo Acordo entre a U.E. e a Grécia
O govcrno helênico de Antonis
Samaras chegou a acordo com a U.E. com vistas a concessão de ulteriores créditos
para a economia daquele país, que já entra no sexto ano de recessão.
O programa
de austeridade será submetido ao parlamento grego, o que testará a coalizão governativa.
Samaras terá conseguido dos credores europeus um prazo adicional que lhe
permita atender às condições impostas para o recebimento dos novos fundos. A
injeção de euros é indispensável para que Atenas honre os respectivos
compromissos, em um contexto social marcado por graves rupturas. Perduram, no entanto, dúvidas quanto à realidade do acordo. Trata-se de conceder à Grécia tempo adicional para implementar o requerido programa de austeridade – cerca de 13,5 bilhões de euros – a ser implantado por cortes de despesa e aumentos de impostos.
Este seria o terceiro ´round´ de aperto de cinto, exigido pela troika de credores, para que novos financiamentos mantenham as condições vitais mínimas da combalida economia helênica.
Aonde isto vai parar é no mínimo discutível. Sucedem-se as greves gerais e parciais, a par de demonstrações, pacíficas e violentas, enquanto as condições do paciente em questão substancialmente não se alteram, malgrado a ênfase nos programas de austeridade.
Não é lícito duvidar que por muito tempo os gregos viajaram na maionese de um entorno comunitário, com um nível de consumo comparável ao de outros países do grupo dos piigs. Sem embargo, a dose de medicamentos prescrita ao paciente dá a impressão de apressar-lhe o respectivo enfraquecimento, como as antigas medicações que determinavam sangrias e regimes debilitantes. Não escapava a muitos o sucesso clínico dos procedimentos, posto que infelizmente o êxito não evitasse a morte do enfermo.
( Fonte :
International Herald Tribune )
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