domingo, 1 de agosto de 2021

Afinal desvendado o mega-crime que matou Marielle e Anderson Gomes ?

      Como se sabe, a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016, Marielle Franco, com 38 anos, foi executada no dia catorze de março de 2018, em torno das 21:30 horas daquela noite. Ela e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados por rajadas de submetralhadoras que seriam dias depois jogadas ao mar, nos abismos oceânicos em torno das Ilhas da Tijuca. Pelas peculiaridades de tal local, as posteriores buscas, efetuadas pelos bombeiros, não produziram nenhuma prova.

       Ora, a prisão em São Paulo de Cristiano Girão, ex-vereador, ex-bombeiro  e acusado de chefiar a milícia da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, poderia acelerar a elucidação do mega-caso da morte encomendada da carismática vereadora do PSOL.

        Com efeito, foram realizadas buscas e apreensões em catorze endereços no Rio de Janeiro e em São Paulo, pelos agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que poderão trazer mais provas de que a ordem para matar a vereadora Marielle possa ter partido de Cristiano Girão. Por enquanto, sem embargo, o vínculo mais forte nesta trama é que o sargento reformado da Polícia Militar, Ronnie Lessa,  réu no homicídio de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes, é igualmente suspeito da execução do ex-policial André Henrique da Silva Souza,  o André Zoio, e de sua companheira, Juliana Sales de Oliveira,  de 27 anos, em catorze de junho de 2014. Dentro desse raciocínio,  Cristiano Girão teria, então,  contratado Lessa para cometer  o mega-crime

        Na história do Rio de Janeiro, o bárbaro crime que matara a Marielle Franco e a seu motorista, Anderson Gomes,  provocou grande comoção, a par de mobilização popular, em locais próximos ao prédio da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. 

         Passados mais de três anos da data de perpetração  do mega-crime a Polícia do Rio de Janeiro ainda não conseguiu descobrir quem foi o mandante e qual o motivo.

           A investigação pelos órgãos competentes tampouco  levou à determinação da responsabilidade no que tange ao mandante, assim como quanto à respectiva motivação desse mega-crime. Pela embaraçosa circunstância de que passado tanto tempo, a Polícia ainda não consegue descobrir os capítulos básicos para levar o caso a juízo. Mais uma vez, os responsáveis pelas investigações  no Ministério Público e na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro foram trocados, o que decerto desagrada aos parentes de Marielle.  Nesse contexto, as promotoras Simone Sibilio e Letícia entregaram os cargos, alegando "interferências externas" no caso.

           Diante de tal situação, o Ministério Público, segundo informa o jornal O Globo, decidiu então entregar o caso a um grupo de oito promotores, sob a chefia de Bruno Gangoni, que tem experiência em investigações de milícias. A população do Rio de Janeiro lhes deseja boa sorte, pelo seu óbvio interesse em que se faça justiça. 

            A corajosa Marielle, que foi uma grande representante do Povo carioca, pela sua batalha em melhorar-lhe a sorte, merece decerto que o seu legado seja respeitado, na proteção dos humildes e de todos aqueles que se dedicam às causas que lhe são mais caras, vale dizer o combate à Injustiça e a tantos outros abusos de que sofrem as classes menos apadrinhadas pela sorte.  O sacrifício pessoal desta grande vereadora não pode ignorado como símbolo de uma vontade de que a Justiça deva ser escutada, respeitada e sobretudo implementada, para que outros ares venham a alentar a nossa gente,  que decerto se empenha em que a Justiça acolha os princípios e ideais dessa carismática e infeliz tribuna.

               Com a coragem - que nunca lhe faltou - pensemos no seu exemplo.

                 Marielle - tribuna do Povo do Rio de Janeiro e em especial do universo das favelas - constitui a sua chama inextinguivel   - e  Ela deve ser respeitada, sobretudo no que tange à própria  Mensagem e à sua Visão de uma existência melhor e mais digna para os moradores das favelas do Rio de Janeiro.

                  Não é todo dia que se depara com vereadores com a coragem, o carisma e a estirpe de Marielle. É mais do que tempo não só que Justiça seja feita, mas também que o seu exemplo de vida seja respeitado e o seu espírito e mensagem informe às novas gerações para que o seu sacrifício não haja sido em vão. 

(Fonte: O Globo)    

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