domingo, 23 de maio de 2021

As Mentiras e a CPI da Covid

    As mentiras estão em alta na CPI da Covid.  Nesse contexto, o Senador Renan Calheiros (MDB-AL) lista quinze afirmações falsas do ex-Ministro Eduardo Pazuello. Segundo O Globo, o relator da Comissão o acusou de "mentir para proteger outros culpados". Também nesse contexto, consoante revela este diário, "para Bolsonaro, Pazuello foi muito bem".  Para o Planalto, o general treinado, se  saíu melhor que Ernesto Araújo (ex-chanceler) e Wajngarten, ex-Secretário...

     Como se verifica outrossim,  há uma gritante desigualdade na vacinação da população mundial.  Com quinze por cento dessa população, os países mais ricos concentram quase metade das vacinas disponíveis contra a Covid-19. Ora, grita aos céus que está no interesse de toda essa população mundial - de que os países ricos e muito ricos  concentram cerca de quinze por cento, e de que um terço de seus habitantes recebeu ao menos uma dose, enquanto no agregado populacional dos mais pobres, essa proporção caí para um incrível 0,2%, segundo informa a Folha?

     Ora essa agressiva desigualdade, além de refletir um grande egoísmo,  corresponde a  avaliação extremamente burra quanto ao interesse público. Vivendo no mesmo planeta, grita aos céus que a nenhum país interessa esse cenário dantesco. Assim tem carradas de razão o mundo científico de que não convém ao planeta Terra esse tratamento tão mesquinho, quanto egoísta, porque é óbvio  que não é só por altruísmo que  se deve combater a Covid-19. Todos os países ricos e com boas condições econômicas não deixam de não só medicar e cuidar das respectivas  inteiras populações, tanto porque os flagelos públicos são desafios comuns para o território nacional, e, nesse sentido, a ameaça do coronavirus, ela é global e não consulta a interesse de ninguém que, por uma eventual estúpida parcimônia no atendimento às nações mais pobres e, por conseguinte, menos desenvolvidas, elas venham a ser excluídas de uma operação  mundial voltada para combater um flagelo que é mundial.

      Não há decerto compartilhamento  possível nesse caso, pois quando há a ameaça é geral, é consenso  que eventuais economias do gênero  não atendem ao interesse até mesmo do mais mesquinho plutocrata, eis que é notório que, por vivermos em um planeta comum, consulta aos mais ricos apoiar efetivamente o combate ao coronavírus, e seu exército de variantes, aonde eles estiverem, porque tais doenças não têm passaporte...

        No caso presente, não há alternativa possível. Interessa a todos, mesmo aos mais encruados plutocratas, o combate total a esse horrendo e terrível  flagelo. Mesmo ao mais egoísta, seria burro permitir que, por tais absurdos critérios, não se combatesse por toda a parte essa ameaça à Humanidade. Erradicá-la constitui um exercício geral e comum, que atende ao interesse geral desta mesma Humanidade, se quisermos que ela continue com H maiúsculo...


(Fontes: Folha de S. Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo)

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