sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Dos Jornais (VII) 22.08.2008

DOS JORNAIS (VII)

O GLOBO - Derrota da seleção feminina do Brasil para os Estados Unidos (págs. 3 e
9 – caderno Esportes)

Comentário. Apesar da grande diferença técnica entre o plantel das seleções do Brasil e dos Estados Unidos, e a despeito do domínio territorial durante toda a partida, tais fatores não foram suficientes para assegurar a vitória brasileira. Com bom treinamento físico, a seleção americana não demonstrou o cansaço da brasileira, que levou inclusive à maior periculosidade dos ataques estadunidenses na prorrogação, quando Carli Lloyd marcou ainda no primeiro tempo da etapa suplementar. Outra consequência do negligente apoio prestado pela CBF foi a falta de um esquema de jogo. Concordo plenamente com as afirmações do colunista Fernando Calazans: “Para ganhar a medalha de ouro pela qual chorou a Marta, nossa seleção de tão boas jogadoras precisa de estrutura, de planejamento, de preparação, necessidades para as quais dona CBF não está nem aí. Nossa seleção precisa de um verdadeiro técnico que dê uma arrumação ao time, uma arrumação no jogo, uma estratégia – e não de um simpático torcedor à beira do campo, amigo das jogadoras”.
Não só no futebol feminino, mas em diversos outros ramos os nossos dedicados atletas não tiveram o desempenho esperado. Terá sido falta de apoio psicológico para suportar a pressão da mídia e dos habituais patriotas profissionais, que criam muita vez falsas expectativas quanto à probabilidade de conquista de medalhas? O lema do barão de Coubertin – o importante é competir e não ganhar – está há muito esquecido. De toda forma, se vexame existe – como foi proclamado na derrota sofrida perante a Argentina – é a circunstância de um país com a demografia e a extensão do Brasil ter presença ultra-medíocre na Olimpíada, rivalizando com Zimbabue, Uzbequistão e Azerbaijão em número de medalhas. Dentre a incrível pletora de ministros (quarenta, se não me engano) de que é composto o ministério do Presidente Lula, é o caso de perguntar o que faz o Ministério do Esporte com vistas a dar condições dignas para que os nossos atletas possam ter um desempenho de acordo com o seu potencial.

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