A Venezuela de Maduro
Os problemas
criados pelo populismo de Hugo Chávez
continuam a atormentar o seu sucessor, o caminhoneiro Nicolás Maduro. Se não se pensa em solução imediata para esses
males – como os apagões na rede elétrica ou explosões em refinarias estatais –
a ‘responsabilidade pela autoria’ está na ponta da língua.
Que os
‘culpados’ seriam sabotadores ardilosos e indeterminados, é desculpa tão canhestra quanto sovada que na
verdade só engana as velhinhas de Taubaté, caso elas existam na população venezuelana. A generalizada incompetência, de mãos dadas com a falta de manutenção por anos a fio fornece uma causa bastante mais crível, que é descartada pela simples razão de não querer admitir a responsabilidade do chavismo pelos males que atazanam o dia-a-dia do povo da Venezuela.
A mesma reação de tentar tampar sol com peneira se viu no desabrido abandono por Caracas de sua cadeira na Comissão de Direitos Humanos da OEA. Estaria ficando o assento quente por demais, a ponto de aconselhar aos atarantados herdeiros do caudilho Hugo Chávez a saída intempestiva, como se partir batendo com força a porta fizesse esquecer as várias pendências que devem ser respondidas por Maduro & Cia.?
A Europa dos Mini-estados?
Com efeito, existe tal movimento independentista, que se sucede a outro maior, voltado para a formação de uma entidade comum – a Nação Europeia – que desde os anos cinquenta, de início pela via econômica, tem procurado estabelecer a União Europeia, que substitui o pandemônio dos nacionalismos por rede mais abrangente. Quiçá o maior obstáculo para a U.E. seja o gigantismo, e a disparidade de seus associados.
No entanto, esses mini-fenômenos de um anacrônico ressurgimento de velhas províncias e até mesmo nações, há muito submersas por seculares soberanias, depende igualmente da alegada munificência de Bruxelas. Não é que os novos separatismos – e não só o da Catalunha, senão também o da Escócia – contam com a permanência da rede de sustentação da U.E. , que lhes permitiria a anacrônica refloração, sob condição de continuarem a contar com a munificência da autoridade europeia ?
Estamos diante de uma fuga para a frente, a exemplo de verdadeira corrida de lemingues. A autoridade europeia deveria ser de contundente clareza no sentido de que estão errados esses movimentos, se pensam partir do pressuposto de que tudo será como dantes, se cruzarem o Rubicão da independência formal. Se desejam voltar ao romântico passado da independência nacional, que tenham presente ser a realização de tal aspiração o caminho mais curto para voltar ao passado longínquo, vale dizer, a sua não-participação na União Europeia.
Tais elementos não compõem todo o quadro, mas tendem a apontar para favoritismo da atual Chanceler. Que resta a confirmar.
(Fontes: International
Herald Tribune, Folha de S. Paulo, O Globo)
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