Saída do Quênia da Corte Penal Internacional
É difícil determinar se o dito Tribunal errou na dose da aplicação da justiça, singularizando as duas principais autoridades executivas do Quênia. De qualquer forma, a renúncia desse país à participação na Corte, por ser a primeira nação a fazê-lo, ameaça minar-lhe a legitimidade de sua missão em colocar no banco dos réus autoridades nacionais, suspeitas de participação em crimes contra a Humanidade.
Eleição Moscovita
Dentro da
costumeira penumbra que sói acompanhar a apuração das votações na Federação
Russa, há notícias contrastantes no que tange à eleição para prefeito de
Moscou. Enquanto o oficialismo alardeia
a vitória de seu candidato, Sergei
Sobianin, candidato à reeleição, o opositor Alexei Navalny – que realizou
campanha pró-ativa – reclama um segundo turno.
Com efeito, o
seu desempenho foi muito superior ao que o Kremlin
supusera, alcançando nos cômputos oficiais entre 29 e 32% dos sufrágios,
enquanto o adversário, indicado por Vladimir Putin, teria 51,4%.Pela falta de acesso aos locais de apuração, assim como pelas longas interrupções na informação ao público, o processo vigente tende a ser conveniente biombo para a fraude, como se verificou em outras oportunidades.
Sobianin, escudado no seu esquema oficialista, cuidou de não participar de qualquer debate com o perigoso e bem-articulado adversário. Certo da vitória, por motivos que estão abertos à discussão (maioria silenciosa ou apoio determinante do governo), o mais provável é que o atual prefeito seja proclamado vitorioso, com base nas contagens das urnas ditas oficiais.
Também não se pode excluir onda de protestos dos eleitores jovens e da oposição em geral, pelo que se acredita tenha sido operação eleitoral orquestrada pelas forças do poder de V. Putin. Para que não se estenda demasiado, é igualmente assaz provável que a licença dada a Alexei Navalny, condenado em processo forjado, a cinco anos de prisão, seja oportunamente cortada, e denegado o recurso do destemido oposicionista, que assim se incluiria na lista, sempre crescente, dos presos políticos na Rússia. É uma longa relação, a incluir muita gente ilustre, como v.g. Fiodor Dostoievsky, com os tzares, e Aleksandr Solzhenitsyn, sob Joseph Stalin.
Segundo a sólita indecisão ou por frio cálculo – rótulos que lhe serão pespegados, de acordo com o resultado de sua operação política - talvez o 44º presidente não enfrente todos os dissabores que lhe são vaticinados pela mídia, mas não há negar que a sua posição política para as restantes crises do corrente ano muito dependerá do aval ou não de Senado e Câmara de Deputados.
Se quiser obter o apoio de senadores e deputados, diante das dúvidas da opinião pública, Obama carecerá de ser um pouco mais pró-ativo do que o habitual no seu relacionamento com senadores e deputados. Se no Senado dispõe de certa maioria (a verificar), tal não é o caso da Câmara, apesar do suporte do Speaker John Boehner (e da própria líder da minoria Nancy Pelosi), onde não lhe faltam encarniçados inimigos.
Podendo optar por lançar tomahawks por conta própria – como era o hábito de Bill Clinton – e preferindo não fazê-lo, inventando à última hora (para desconcerto dos seus auxiliares na Casa Branca) a consulta ao Congresso, forçoso será reconhecer que foi ele mesmo quem inventou a possibilidade de um algoz no Capitólio.
Se ganhar a parada, sai reforçado. Mas se perder...
(Fontes: International
Herald Tribune, Folha de S. Paulo, O Globo )
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