Novos obstáculos à Rede de Marina
Em país onde
existem 32 partidos legalizados, com base em jurisprudência do Supremo
que derrubou, por julgá-la inconstitucional, uma quota mínima para os partidos,
nos moldes de legislações como a existente na Alemanha, provoca estranhável
assombro o parecer do subprocurador eleitoral, que impõe barreiras à criação da
Rede Sustentabilidade.
Segundo
ele, a sigla da Senadora Marina Silva
“ainda não demonstrou o caráter nacional” exigido pela lei. Mas o parecer não
fica nisso. Também assevera que seria “ínfimo” o prejuízo ao regime democrático
da não-participação da nova legenda na eleição de 2014, “se comparado com o
dano que causaria o registro de um partido sem efetivo âmbito nacional
comprovado”.“Infimo” o prejuízo ? O que fazer então do fato que Marina é a segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, com 26% das intenções de voto? Além disso, o Datafolha prevê que ela iria para o segundo turno com Dilma Rousseff, e o que é mais, a sua vitória no segundo turno, é considerada uma forte probabilidade.
É difícil de definir a reação da opinião pública – que tem de aguentar, por força da propaganda eleitoral obrigatória, a presença intrusiva em horários nobres da Tevê de uma série de legendas sem qualquer crível representatividade – que, de repente, o TSE pretenda barrar o caminho de uma candidata como Marina Silva.
Cui prodest ? (A quem aproveita ?) A expressão latina não é um arcaísmo jurídico. Sabemos que a Rede corre contra o tempo, mas em número de assinaturas, já enviou 660 mil aos cartórios eleitorais, e 440 mil foram validadas (o mínimo legal é de 492 mil), sendo que 130 mil foram invalidadas sem fundamento legal.
Será que Marina assusta o poder? Dada a anterior multiplicação não dos pães, mas das siglas, com os resultados que aí estão, vamos evitar a impressão de que as dificuldades para a legalização da Rede estariam no apoio popular de que goza Marina?
No Ministério
do Trabalho, a faxina de D. Dilma já atingira o segundo escalão, por força de
operação da Polícia Federal, que flagrou um desvio de mais de quatrocentos
milhões de reais, no já referido ministério.
Com a ulterior
descoberta de outras novidades, estas relativas ao Ministro Manoel Dias – do
grupo de Lupi – e a sua esposa,
também acusada de beneficiar entidade ligada ao PDT, pensou-se que o escândalo
atingiria o Ministro, até então preservado. Eis senão quando o Ministro Dias deu entrevista a O Globo, e disse: se fosse demitido, tomaria providências “impublicáveis”.
O que tencionou insinuar Sua Excelência ? Não se sabe. A explicação de um auxiliar de Dilma : “Ninguém levou essa declaração a sério” na verdade, mascara um senhor recuo da Presidenta. Ter-se-ía preferido, por causa do minuto eleitoral do PDT, não chuçar onça com a vara curta da exoneração.
A incômoda prisão política de Yulia Timoshenko
A referida prisão é reconhecida por Bruxelas como de motivação política. Nesse sentido, a iniciativa da Lituânia se realiza com amplo conhecimento de causa, eis que a Sra. Grybauskaite teve em passado relativamente recente a nobre atenção de visitar a Timoshenko. Isto foi pouco depois de que a Timoshenko fora condenada por um juiz, dentro do modelo de retaliação judicial, inspirado pelo irmão maior, Vladimir Putin. Se a sala de visitas da líder da oposição tivesse mais visitantes de tal hierarquia, Viktor Yanukovych já teria decretada a sua libertação, ao invés de ganhar tempo, com liberações a conta-gotas de líderes menores da oposição ucraniana.
A abertura da 68ª Sessão da Assembléia Geral
Não é só o discurso de Hourani que merece a atenção dos principais países membros da AGNU. Ao invés de seu antecessor, que timbrava em falar para um auditório esvaziado pela sua falta de tato e a consequente irrelevância política, a vinda à tribuna do novel presidente iraniano alimentará muitos despachos diplomáticos, além de possivelmente motivar novas evoluções na política internacional.
Se Benjamin Netanyahu se coloca em posição cética – ‘não há necessidade de ser enganado pelas palavras do presidente iraniano’ – isto não é novidade. O isolamento diplomático de Israel não é dos menores, e, para variar, intenta advertir Washington do perigo de levar a sério as promessas de Hourani. No entanto, a maior flexibilidade do presidente iraniano pode ser um bônus para Barack Obama, se realmente as palavras de Hourani indicarem disposição para a negociar.
O novo presidente tem acenado com perspectivas animadoras. Obviamente, não interessa a Teerã a manutenção das sanções – com as suas danosas consequências sobre a economia de seu país. Se a disposição tem fundamento – o que resta verificar, pois no Irã a máxima autoridade é o Ayatollah Ali Khamenei, que até há pouco aparecia com posturas bem diversas – o terreno deve ser explorado, dadas as vantagens de uma normalização para todas as partes.
A estada em New York, ao ensejo dos contatos proporcionados pela nova sessão da AGNU, carece de ser explorada. O próprio Obama pode ter uma abertura nas relações com Teerã. Se o ceticismo de Israel – e a sua peculiar e solitária posição no tabuleiro internacional (e nada para enfatizar mais tal condição do que a assembleia das Nações Unidas) - pode servir como aguilhão para forçar maior agilidade no que tange aos tópicos básicos, a vinda de Hourani, a sua inevitável e consequente maior exposição e o possível aprofundamento dos contatos tenderá a apresentar para os principais atores um quadro mais nítido e com menos pontos de interrogação.
Fyssas foi morto por suas idéias, sobretudo por ter ousado expressar a sua oposição ao fascismo.
O Primeiro Ministro Antonis Samaras em declaração para a opinião pública, descreveu o assassinato como “inumano” e afirmou que o governo está “determinado a não permitir que os descendentes dos nazistas envenenem a vida social, cometam crimes, para aterrorizar e minar as fundações do país que deu origem à democracia”.
No mesmo dia, o Ministro da Ordem Pública, Nikos Dendias, encaminhou ao promotor da Suprema Corte uma lista de 32 atentados, inclusive ataques violentos contra imigrantes e esquerdistas, provavelmente realizados por militantes da Aurora Dourada, no passado ano de 2012. Em outra comunicação, Dendias encareceu ao promotor que os atentados fossem tratados como se feitos por quadrilha criminosa, o que implicaria penas mais pesadas.
A esse propósito, a Aurora Dourada – cuja popularidade tem aumentado nas pesquisas políticas – condenou o ataque ao cantor e vem insistindo que nada tem a ver com o assassínio de Fyssas.
(Fontes: Folha de S. Paulo, VEJA, International Herald
Tribune, O Globo)
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