quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Dos Jornais XXI Eleição para Prefeito - Segundo Turno

Eleições para Prefeito - Segundo Turno

O GLOBO e FOLHA DE S. PAULO

Rio de Janeiro. Conforme a Datafolha indicara, os vencedores no primeiro turno foram Eduardo Paes e Fernando Gabeira. E nas primeiras pesquisas para o segundo turno, a Datafolha coloca Gabeira em primeiro lugar (43%) e Paes, em segundo (41%). Conforme se depreende do noticiário de O Globo, há uma grande movimentação dos dois candidatos, e notadamente de Paes, e de seus padrinhos, o governador Sérgio Cabral, e o presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani. Depois do infrutifero contacto com o Presidente Lula na Base Aérea – Lula não se deixou fotografar com Paes, nem lhe deu o solicitado apoio – o candidato do PMDB verifica que as suas críticas ao Presidente durante o episódio do mensalão não foram esquecidas por Lula. Por outro lado, Cabral e Picciani tentam obter o apoio de Crivella ao seu candidato.
Não é a única ajuda que tem recebido o candidato Paes. O jornal O GLOBO nas edições de ontem e ante-ontem procurou explorar, com viés negativo, o factóide do banho de Gabeira na piscina do Flamengo. Rendida essa aparição de Gabeira o que poderia render para os moinhos da candidatura de Paes, na edição de hoje, em primeira página, depois de reportar-se ao “fraco desempenho eleitoral” de Gabeira na Zona Oeste, estranhamente transcreve uma suposta conversa “ouvida por repórteres”, em que Gabeira teria criticado “sua principal aliada, a vereadora Lucinha, mais votada no Rio”. Por meio de invasão de privacidade, a par de transcrição fora de seu contexto das alegadas palavras de Gabeira que, de resto pelo seu estilo truculento não se coadunam com a pessoa do candidato do PV, verifica-se que já nos primórdios da disputa eleitoral do segundo turno, órgãos como O Globo – que foi até há pouco um sustentáculo do Prefeito Cesar Maia – não trepidam em recorrer a esse gênero de artilharia pesada, com que se buscaria não só intrigar o candidato Gabeira com a sua principal representante na Zona Oeste, mas também desmerecer dos eleitores daquela área, com o presumível intento de prejudicar o candidato Gabeira:
“Lucinha está com o salto alto. É analfabeta política. Tem visão suburbana e precária.” O candidato Gabeira, mais do que o apoio de partidos, tem orientado a sua campanha no sentido de motivar os eleitores de Jandira Feghali (PCdoB) e de Alessandro Molon (PT). Tem frisado, dentro de sua postura ética, que não pretende trocar apoios políticos por cargos. Saindo na frente, para surpresa de muitos, Gabeira terá inquietado àqueles que terão motivos de alinhar-se na candidatura peemedebista de Eduardo Paes. Pela cidade do Rio de Janeiro, façamos votos para que prevaleça a candidatura de Fernando Gabeira. Diante do atual descalabro do Rio de Janeiro, um grande número de eleitores saberá discernir o que ele significa como proposta de mudança, e de alteração de práticas político-administrativas.

São Paulo. Na Paulicéia, continua a surpreender o atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM) contra a antes favorita Marta Suplicy (PT). Ao contrário, do que previa a Datafolha, Kassab venceu a Marta por 33,61% a 32,79% dos votos válidos. Na corrida para o segundo turno, Kassab sai na dianteira com 54% das intenções de voto, contra 37% , para Marta. Dependendo da evolução desse segundo turno, em que a maior parte dos eleitores de Geraldo Alckmin declara o seu propósito de apoiar a Kassab (74%) contra 13% (que pretendem sufragar a Marta), cresce a importância do governador José Serra, que politicamente já registra ganhos consideráveis pelo primeiro turno (devido à derrota de seu antagonista no PSDB, Geraldo Alckmin, e à vitória de seu candidato não-declarado, i.e., Gilberto Kassab). O desempenho de Marta Suplicy preocupa a direção do PT que estaria estudando maneiras de preservar o Presidente Lula, na hipótese, cuja possibilidade não é mais teórica, de uma vitória do candidato de José Serra. É de assinalar-se igualmente que não só pela sua desastrada incursão em São Paulo, para dar apoio a Alckmin, mas também pela circunstância de que o seu candidato em Belo Horizonte, ao invés da vitória já no primeiro turno, teve apenas uma diferença de dois pontos para o candidato Quintão do PMDB, a posição nacional de Aécio Neves – e a sua postulação à candidatura à presidência pelo PSDB - não brilhou com as luzes anteriores.

Porto Alegre e Recife. No Sul, vão para o segundo turno, José Fogaça (PMDB) e Maria do Rosario (PT). As projeções, por ora, dão no segundo turno a vitória de Fogaça. No Recife, o candidato do PT, João da Costa,que tivera a candidatura impugnada em primeira instância judiciária, ganhou folgadamente do representante do DEM, Mendonça Filho. A sua vitória popular, no entanto, depende de validação por sentença do T.R.E.

Um comentário:

Mauro disse...

É fácil pôr a imprensa sob suspeição e desqualificá-la por noticiar fatos com os quais não se concorda. Os teria inventado para prejudicar um candidato ou favorecer outro. Trouxas somos nós que lemos o jornal e acreditamos no que diz. Está claro que essa campanha de pequenas insinuações e intrigas roubará a vitalidade do candidato (que sequer se anima a negá-las) e fará com que centenas de milhares de leitores deixem de votar nele. É uma pena que nossos órgãos de imprensa não sejam tão isentos quanto os analistas, que preferem não ter candidato (ou certamente o revelariam abertamente) a perder o apuro isento e objetivo.