Prévias da Datafolha
Quando liderança
nas pesquisas se manifesta independentemente da respectiva atuação do governo,
esse dado sobreleva aos demais por assinalar uma força política com apoio em
vastos segmentos da opinião pública.
É o caso de Dilma
Rousseff (e do próprio Lula da
Silva, como se verá adiante). Semelha difícil para observador político
independente dar altas notas para o desempenho de Dilma. O seu governo trouxe de
volta para os brasileiros o fantasma da inflação. Nesse tópico, as metas estão
batendo sempre no nível máximo previsto. Tampouco há segurança de que Banco
Central possa agir com firmeza nesse campo, com eventuais aumentos na taxa Selic. No Brasil, com Dilma, o B.C. não tem qualquer autonomia, como a de
que dispunha na presidência de Henrique Meirelles. Pouco importa para o estamento
petista que esta seja a prática nos países do Primeiro Mundo a que em princípio
se deseja aceder.Além da carestia, a administração de Dilma não se caracteriza por um desempenho entusiasmante. Além do pibinho, com índices decepcionantes, o quadro geral continua a nos apresentar um pouco mais do mesmo de sempre, com um governo sem grandes estrelas, e que célere se aproxima do mítico número dos quarenta.
Dilma, no entanto, a gestora nata, não está nem aí. Graças à bolsa família e bolsa miséria, aos incrementos inflacionários do salário mínimo, ela arrebanha esse apoio quase automático das classes B, C, D e E. A inflação ainda não os assusta, e tais segmentos acreditam em grande parte nas dílmicas mágicas das desonerações fiscais, na linha de alavancar o crescimento por conta do crédito.
Com a sua personalidade e temperamento, a ela não cercarão grandes ministros, que tragam maior brilho e relevância a suas Pastas. Ao contrário de FHC e até de Lula, não a vejo conviver com auxiliares de escol, como foi, v.g., José Serra na Saúde. A áurea mediocridade e a faculdade de engolir sapos lhes será de maior valia.
Segundo o Datafolha, Dilma hoje se reelegeria no primeiro turno, com 58% dos sufrágios. Em segundo lugar, ainda sem partido, Marina Silva, com 16%. Em terceiro lugar, ó surpresa, vem Aécio Neves (PSDB), com 10%, enquanto o homo novus, Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, tem apenas 6%.
Há dois dados colaterais que têm algum interesse: Lula (PT) venceria igualmente ainda no primeiro turno. Já o presidente do STF, Joaquim Barbosa, cuja popularidade cresceu em função de sua atuação pró-ativa na Ação Penal 470 (mensalão) teria somente 7% dos votos.
Nota sobre o Senador Aécio Neves
Sem embargo, se o julgarmos segundo os padrões de Tancredo, o desempenho de Aécio não nos enche as medidas.
Talvez seu maior erro tenha sido um traiçoeiro comportamento com o companheiro de PSDB, José Serra.
Quiçá a ambição de logo pleitear o que pensara lhe fosse devido, o fez tomar uma série de atitudes no que concerne ao seu correligionário, que além de não serem inteligentes, não foram nada apropriadas se avaliadas pela medida do mesmo discreto bom senso.
Não vale a pena relatar com minúcias suas ações no que tange ao companheiro mais antigo, e com maiores galardões para ambicionar o Planalto. Basta nos determos na sua recusa de integrar a chapa de Serra no pleito de 2010.
A miopia do seu desserviço ao candidato e ao partido, forçaria Serra a aceitar como companheiro de chapa a Índio da Costa, cujo peso político me absterei de comentar.
A chamada chapa puro-sangue se afigurava como a solução própria e adequada, aquela que Tancredo decerto recomendaria.
Mas Aécio preferiu ouvir outras vozes e agora colhe o seu prêmio. Começa a campanha sob a esmagadora popularidade de Dilma e ainda pode jactar-se de ter José Serra, de longe o melhor quadro do PSDB, como seu desafeto.
(Fonte: Folha de S.
Paulo )
Um comentário:
Me agrada a integridade de Dilma mas tenho que concordar que seu desempenho até agora no governo não tem nenhum brilho especial e a situação econômica do país demonstra descontrole. A inflação preocupa e o PIB VIROU " PIBINHO" MESMO.
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