segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O Naufrágio do Costa Concordia

                          

       O ‘Costa Concordia’ afundou na noite de sexta-feira, treze de janeiro. Nave de cruzeiro, levava cerca de 3200 passageiros e uma tripulação de mil. Não parecem subsistir dúvidas de que o acidente se deveu a diversos erros do Comandante Francesco Schettino.
       O gigantesco navio partira do porto de Civita Vecchia, o atual porto de Roma, e começava o respectivo cruzeiro quando, por aproximar-se demasiado das rochas da ilha de Giglio (Toscana), sofreu avaria de cerca trinta metros no casco.
      A extensão do dano causou o seu rápido adernamento, e uma angulação que tornava mais precário o emprego dos equipamentos de emergência e salvamento dos passageiros. O comportamento do comandante motivou a sua pronta detenção pelas autoridades italianas. Além de aproximar-se excessivamente da costa, Schettino culpou falha na carta náutica, por alegadamente omitir a existência de rochedos.
      As suas decisões como comandante foram reputadas imprudentes pela promotoria italiana. Por outro lado, o fato de ter abandonado o navio com muitos passageiros a bordo, é outro indício de sua aparente falta de responsabilidade.
     Há muitas queixas dos passageiros quanto à pouca ajuda prestada pela tripulação. Na hora do sinistro, em meio à escuridão, a equipe do Concordia dava a impressão de despreparo e de falta de coordenação.
    Inúmeros passageiros, recordados do  filme sobre o naufrágio do Titanic no Mar do Norte, compararam o acesso aos botes de salvamento a similares condições do pandemônio decorrente do pânico.
    Os navios de cruzeiro – e este último era de fabrico recente (2006) –  substituiram os velhos transatlânticos. As luxuosas naves do passado, tornadas obsoletas pelos progressos do transporte aéreo, vieram a transformar-se nas atuais, em que as viagens atendem a roteiros no Mediterrâneo (embora os cruzeiros tenham muitas outras escalas alternativas, dependendo dos respectivos portos de partida).
    A maximização do lucro levou a transformar tais barcos em autênticos edifícios flutuantes. O Concórdia tinha onze andares, o que contribui para que o gigantismo da construção náutica crie complicadores para lidar com verdadeiras cidades flutuantes em situações de risco. As atrações são muitas, incluindo o jogo de azar, mas os riscos igualmente não são poucos, como indicam os casos de infecção alimentar que, não obstante os cuidados adotados, muita vez não podem ser evitados.
    A tripulação do Concórdia representaria um exemplo de postura que pouco tem a ver com  o profissionalismo e o alto sentido de responsabilidade que sempre foram galardões da navegação. Malgrado o naufrágio, a tripulação não recorreu a SOS.
    No momento presente, se computam seis mortos. Há dezessete desaparecidos. Dado o número de passageiros e a falta de controle do salvamento de muitos deles, só depois de mais algum tempo será possível determinar quantos realmente faltaram à chamada. Por força das condições em que se acham inúmeros conveses do Concórdia, as horas aqui não correm em vão. Com o passar delas, se encurta dramaticamente a possibilidade de manutenção em vida de eventuais passageiros que estejam retidos nos inúmeros desvãos desse monstro marinho.   


( Fonte: CNN )

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