segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Notícias do Front 2

                             
Integração familiar

       O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB, não é decerto um governador como muitos outros. Tem grande, na verdade esmagador prestígio, no seu Estado. Foi reeleito, ganhando em todos os 184 municípios de seu opositor, o Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Atualmente, Campos é o governador mais popular do Brasil, com 90% de aprovação.
       Dado o seu peso político, o neto de Miguel Arrais, é um provável candidato a vice-presidente em 2014 e a presidente em 2018.
       Com essa bagagem, compreende-se a radical mudança da Administração Dilma, quando Campo reagiu à intervenção branca adotada pelo Planalto contra o Ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB), quando veio a lume o total de verbas destinado pelo ministério da Integração Nacional para Pernambuco.
      Havia conversa anterior entre Dilma e Eduardo, na qual, por causa de três inundações em Pernambuco, a presidente telefonara para o governador, oferecendo ajuda.
       Dada a relevância de Campos, foi dado o dito por não dito. Mesuras à parte, as informações disponíveis relativas ao Ministro Bezerra não são das melhores. Como notícia a Folha de S. Paulo, o Deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE), filho do Ministro Bezerra, vem a ser  o deputado que mais teve emendas autorizadas pela Integração Nacional em 2011: R$ 9,1 milhões.
     Acresce notar que as verbas liberadas foram destinadas a Codevasf, empresa estatal subordinada ao ministério e comandada pelo irmão e tio do deputado, Clementino Coelho. Segundo o órgão em causa, não há nepotismo, porque a proibição não se aplica a quem se acha no cargo em caráter interino e não permanente.
     Assinala-se, outrossim, que o Ministro Bezerra, chamado ao Planalto, deverá explicar-se a respeito. Alguém terá dúvida acerca do resultado de tais explicações ?


A Inflação 


      Há um evidente desconforto com a situação da inflação. O fato se ter encaixado no teto da meta -  6,5% - não traz alívio sobre as perspectivas futuras. Além de ser a mais alta desde 2004, pairam nos ares expectativas altistas, empurradas pela ciranda dos índices e, em especial, pelo aumento muito além da inflação do salário mínimo.
     O redespertar da carestia não pode ser levado à conta de algo de somenos importância. Na luta contra a inflação, a principal arma do governo é o Banco Central.  Ora, nas últimas reuniões do Copom, a partir da rebaixa na taxa Selic – que teve explicação muito longa, mas que o mercado a atribui a pressões do Palácio do Planalto – o BC tem agido como se a inflação possa ser controlada ser maior aperto no crédito.
      Por outro lado, tampouco o Ministro Mantega passa imagem de que privilegie a guarda anti-inflacionária, como era o caso do antecessor Antonio Palocci. Toda essa conjunção de fatores, aliada ao desenvolvimentismo da Presidente Dilma, não contribuem para o otimismo.
      Seria lamentável se o Plano Real, que marcou um divisor de águas na cultura brasileira, venha a ser fragilizado. De nada servem afirmações peremptórias de que a inflação está sob controle. Muitos brasileiros já ouviram essa música e sabem do valor relativo de tais assertivas.
      A inflação não pode voltar. Para tanto, a opinião pública carece de certezas mais substanciais de que as que se busca transmitir.



( Fontes:  Folha de S. Paulo,  O Globo ) 

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