segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Notícias Direto do Front (2)

                                  
Governo Dilma

        A tendência não é de hoje, e  foi referida mais de uma vez neste blog.Em tal sentido, O Globo noticia que o governo federal já tem 22 mil cargos de confiança.
       Desde o primeiro mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva esse traço da administração petista se vem reforçando. A curva continua ascendente, a despeito dos inflados números devidos à opção básica do reaparelhamento do Estado por funcionários públicos. Assim, em relação a 2010, houve incremento de 130 cargos, o que significa que a orientação continua a mesma.
       Em  que implicaria o peso permanente nas despesas estatais ? Pelos cálculos, os gastos com a folha de pessoal e encargos sociais ultrapassam os R$ 203 bilhões, vale dizer, o triplo do valor previsto com o investimento em todos os ministérios.    
        Para economia caracterizada por relativo baixo nível de poupança, esta preferência por dispêndio com pessoal em detrimento àquele destinado às inversões produtivas é um mau indicador para as obras de que carece um país apresentado como emergente.
        A despeito dos prodígios do impostômetro, o brasileiro comum não desconhece o baixo retorno da pesada arrecadação, tanto federal, quanto estadual e municipal. Roídos pela corrupção  - há espetáculo mais deprimente do que o destino dado à ajuda extraordinária à catástrofe no verão passado na região serrana fluminense ? - grande parcela dos tributos pagos pelo cidadão não se transformam em estradas decentes, em saúde e saneamento básico, e em segurança.
       Dessarte, a Administração Dilma Rousseff se deveria precaver quanto à avaliação colhida, de 59% (entre ótima e boa), no primeiro ano. Ofuscada por essas luzes, há preocupante tendência inflacionária (6,5%), que o demagógico aumento do salário mínimo só tende a acirrar.
       Privilegiando o consumo e negligenciando o investimento não se estará acaso trocando o futuro pelo presente ?


Pontos diplomáticos pró Dilma

       A entrevista do porta-voz do Presidente Ahmadinejad, com suas críticas ao comportamento diplomático brasileiro, redunda em ponto positivo para a política externa de Dilma Rousseff.
        Com efeito, as acerbas reclamações de Ali Akbar Javanfekr  - ‘a presidente golpeou tudo o que Lula havia feito. Destruiu anos de bom relacionamento’ – na verdade implicam em um  ‘elogio’ a contrariu sensu.
         Através de sua ‘resposta’ ao novo posicionamento diplomático, Ahmadinejad mostra o que significa a postura iraniana. Falto de outros argumentos, o presidente iraniano determina maior rigor para liberar a importação de carne do Brasil.
        Mesmo um superficial conhecimento diplomático terá confirmado um perigoso envolvimento em nossa política externa com o regime dos ayatollahs e a aventura no apoio às manobras de Teerã. O que ganhamos com o natimorto acordo tripartite ?
       A cuidada dissociação de Dilma, máxime no campo dos direitos humanos, foi oportuna correção, de que a reação expressa pelo porta-voz representa na verdade a confirmação.


Viagem a Cuba

       Não foi das mais felizes a passagem de Lula por Cuba. Enquanto o presidente brasileiro confraternizava com a liderança castrista, caíram mal observações sobre dissidentes e ainda pior a infortunada coincidência da morte, por greve de fome, de Orlando Zapata.
       Para quem sofreu em cárcere de ditadura as consequências de sua oposição ao regime militar, um pouco de respeito e de distanciamento da repressão caberiam,  mesmo de parte de sinceros admiradores da mensagem trazida pela Revolução Cubana.
       Na próxima viagem de Dilma Rousseff a Cuba – é talvez peregrinação havida como necessária pela Mandatária – se veicula a intenção da porta-voz das Damas de Branco, Berta Soler, de reunião com a presidente, ‘para falar sobre direitos humanos’. A notar o pano de fundo de mais uma morte por greve de fome, desta feita de Wilman Villar Mendoza.
       Será saia-justa, a ser evitada ? Segundo a imprensa, o tema não está na agenda de Dilma.
      Com toda a flexibilidade diplomática, haverá sempre espaço para que o anterior distanciamento seja corrigido. Afinal, o Brasil, pelo seu apoio da revolução, e as próprias disposições de sua Constituição, poderia conjugar essa postura, a definir-se pró-ativa em termos de relações com Havana e de apoio a maior abertura no campo dos direitos humanos.
     É decerto um desafio, para o qual o Brasil está singularmente bem preparado.


( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )    

Nenhum comentário: