Resultado dos caucus em Iowa
Por sua vez, o ex-Senador Santorum vê premiado o esforço de visitar todos os condados desse estado do meio-Oeste. Se não é o suficiente para torná-lo front runner[1], tal lhe confere,contudo, alguma credibilidade, até a próxima primária em New Hampshire.
Quanto ao libertário[2] Ron Paul, deputado pelo Texas, com 76 anos de idade, já foi por duas vezes pré-candidato presidencial, e dispõe de sólida, se bem que minoritária corrente de apoio. Próximo ao Tea Party, Paul não tem chance de lograr a designação pela Convenção, mas carece de ser tratado com muito cuidado pela direção partidária, para que não decida lançar postulação independente, o que prejudicaria o candidato do GOP.
Quanto aos demais pré-candidatos, os dois da rabeira (a deputada Michele Bachmann e Jon Huntsman) entram na chamada faixa da desistência, em que a falta de perspectivas de sucesso seca os eventuais recursos, e torna quase inelutável a saída da disputa. No que concerne a Newt Gingrich e Rick Perry, antigos líderes do pelotão, adentram a área amarela.
No campo democrata, o Presidente Barack H. Obama não teve adversários e terá levado todos os delegados. Iowa, como se sabe, constitui uma rósea lembrança para Obama – aí superou a então favorita Hillary Clinton. Para quem enfrenta situação de todo diversa em 2012, as primárias democratas, à falta de antagonistas, pouco significam para o Presidente em funções. O desafio se situa não só na sua capacidade de manter a corrente tendência ascendente nas prévias (ora giram em torno de 45%), mas também em mostrar-se superior ao rival republicano.
Pelo seu comportamento no primeiro mandato, dissiparam-se as esperanças messiânicas de grande parte do eleitorado, que não viu nele nesses três anos muita change (mudança) quanto ao estamento dominante. Resta determinar se Obama e os democratas conseguirão conter a desilusão de jovens e não-tão jovens em totais que permitam-lhe a vitória nos comícios de novembro próximo.
Dentre as inúmeras lacunas deixadas pela Constituição Cidadã, uma das mais gritantes em termos de falta de regulamentação é a consubstanciada pelo seu artigo 37, inciso VII.[3] Ele determina que se formule lei de greve no serviço público. Até o momento, esse mandamento não foi atendido, o que torna extensas áreas suscetíveis de apelar para greves selvagens em serviços públicos essenciais, como os médicos e de segurança (policial e bombeiros).
Indolente e ineficiente – tanto por auto-limitação de horas laborativas, quanto por supostas conveniências políticas – o Congresso não tem respondido a essa urgência (que incongruamente assim perdura por mais de vinte anos). Por isso o público se pode descobrir sem qualquer proteção policial e/ou médica, em áreas que o mínimo bom senso (e respeito pela própria função) impõe a continuidade do atendimento.A atual greve de policiais e bombeiros em Fortaleza – malgrado a injunção da Justiça pela volta ao trabalho – é mais um exemplo de irresponsabilidade profissional, agravada no caso pelos danos a patrimônio público (com o evidente intuito de inviabilizar qualquer ação responsável).
Cruzando os braços e deixando a comunidade exposta à ação dos bandidos, tais corporações não mostram muita diferença no comportamento em relação àqueles a que são jurados defender e salvaguardar a população.
Talvez – como no caso da Ficha Limpa e da Lei Complementar nr. 135 (que se augura seja restabelecida prontamente pelo Supremo) – caberia também aqui criar um movimento popular de coleta de firmas para enviar projeto de Lei Complementar que termine com esse escândalo no que tange à greve em serviço essenciais. Se o Congresso das quartas-feiras não tem tempo, nem vontade de atender a urgente mandamento constitucional, é mais do que tempo que a opinião pública elabore um projeto de lei de iniciativa popular, nos termos da própria Constituição, para regulamentar esse tema, de tão grande e claro interesse social.
( Fontes: CNN, Folha de S. Paulo, O Globo )
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