quinta-feira, 8 de julho de 2021

Governo Bolsonaro e a crise militar

    Como seria de esperar, houve nota de repúdio do Ministério da Defesa e dos Comandantes das Forças Armadas depois que  o Presidente da CPI da Covid, Senador Omar Aziz (PSD-AM) criticara o envolvimento de militares em suspeitas de irregularidades no Ministério do Saúde.

     Se não se poderia excluir a reação do Ministério da Defesa e da medida, consequente da  decisão política do Presidente Bolsonaro, de incluir a liderança militar  no seu governo, essa crise toma uma conotação que nada tem a ver com o núcleo do desconforto.

     Com efeito, o Senador Omar Aziz , cuida de explicitar e não de generalizar.  Por isso, ele  argumenta que a "sua fala foi pontual, não generalizada."

      Para ele, nesse contexto, enquanto  presidente da CPI, e representando no Senado Federal  o Estado de Amazonas,  argumentou que "sua fala foi pontual, não generalizada", e portanto a nota seria desproporcional, por generalizar um discurso. 

     " Podem fazer 50 notas contra mim. Só não me intimida. Porque quando estão me intimidando, Vossa Excelência não falou isso, estão intimidando esta Casa, Vossa Excelência não se referiu à intimidação que foi feita" declarou o Senador Aziz , que não deixou de manifestar o respeito às Forças Armadas. E tal respeito deve ser pontual, como a atitude do próprio  Aziz busca esclarecer. "Porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre (sic) das Forças  Armadas envolvidos com falcatruas dentro do governo."

         E aí está o nó da questão, Separar o joio do trigo. A grande, esmagadora maioria dos oficiais das nossas Forças Armadas é honesta. O erro basilar está em realizar ataques genéricos à Instituição, que  fazem à maravilha o eventual jogo de cena daqueles que desejam confundir o quadro, para os seus próprios fins escusos, que semelham óbvios. Em todas as carreiras de Estado há exemplos disso, mas é evidente que tal se aplique de forma genérica, e que a prudência será a regra basilar desse esquema de ação, que não deve ser de modo algum menosprezado.  A honestidade dos servidores civis e militares é uma condição básica, e por isso, grita aos céus que ataques genéricos devam ser evitados, porque eles fazem o jogo daqueles a quem aproveita confundir.   Ao faze-lo, os eventuais atacantes perdem a noção da proporção e fazem o jogo daqueles, que por motivos inconfessáveis que se escudam  na honradez e na  integridade da instituição - o que explica as frases " o Figuei- redo morreu pobre, porque o Geisel morreu pobre, porque a gente conhecia .... "  pelo próprio exemplo de vida que haviam dado à Nação.

           Não devemos ser contra àquilo que venha a favorecer a Nação.  Não é decerto difícil proceder à escolha correta, desde que ela obedeça aos critérios básicos que incumbem nesse rol aos eventuais funcionários que venham a ser selecionados. Não é meu propósito ensinar o óbvio, mas o bom senso sempre aponta o apoio que os quadros experientes proporcionam, além do respectivo valor do servidor a ser encarregado da função adequada. 

             Se a pressa é inimiga da perfeição, a experiência deve ser privilegiada e em todo o quadro, em toda a instituição, o juízo dos respectivos iguais não poderá ser desconhecido ou escanteado. Em consequência, de pouco adiantaria trazer para quadros especializados pessoas que carecem  de influências políticas para justificar o seu respectivo interesse em ocupar um posto de chefia. O valor individual e o respectivo mérito pessoal, além daquilo que é mais precioso, v.g. a honradez, o conhecimento e a experiência específicos, para que venham a  constituir a base de sua eventual pretensão, que carecerá, de resto, do conhecimento - seja genérico, seja específico - a par do respeito que terá angariado em sua eventual trajetória profissional.

             Nas diversas secretarias de estado - exceto aquelas em que a assunção  do servidor  esteja incluída em um plano de formação já legalmente previsto em diversas carreiras de estado, como é o caso do Itamaraty - a nomeação específica deveria ser condicionada a requisitos determinados, que tendem a depender de acesso ao conhecimento  imprescindível que virá a embasar a experiência  com vistas a proporcionar  o tempo necessário para adquirir a devida capacidade para o exercício das funções respectivas. 

( Fontes: O Globo e  experiência respectiva  )

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