O ex-presidente Donald Trump seguiu o roteiro esperado e foi absolvido pelo Senado, em um segunda julgamento de impeachment. Por 57 votos a favor da condenação (inclusive 7 Senadores republicanos contra ) e 43 contrários, Trump se livrou da acusação de ter incitado a violenta invasão do Capitólio, em seis de janeiro, no mais grave ataque à democracia do país desde a Guerra Civil.
Assinale-se que o Senado está partido entre cinquenta democratas e cinquenta republicanos. Para o impeachment, seriam necessários sessenta e sete dos cem votos do Senado.
Nada marca mais forte a radicalização à direita dentro do GOP, que a retórica do ex-presidente (que desde discurso ainda na Casa Branca não trepidara em se pautar por uma retórica tanto mentirosa (batendo sempre na tecla de uma "fraude" que passou a desfigurar a retórica agressiva e mendaz do ex-presidente), enquanto se envolve sempre mais em teorias conspiratórias, que refletiriam uma enorme conspiração que só carece para crescer que a fértil imaginação de um discurso que se distanciou sempre mais da realidade fática.
Basta uma circunstancial observação para que qualquer observador com um mínimo de boa fé não tarde em persuadir-se do viés fascistóide e racista da oratória de Trump.
De qualquer forma a direita enragée constitui a marca do trumpismo. É realmente constrangedor que as hostes trumpistas se marquem pela boçalidade e uma forte conotação racista da turba que é por ele capitaneada. Assim, não é pequeno sinal a sinalização do Senador Menendez para que os próximos a Trump - a despeito de não importa que hierarquia mostrem - por essas bandas recebam estranhas ordens, conclamados que são a renegarem as suas estranhas posições, que de repente se vejam desnudadas a se prestarem a espetáculos marcados pelo oportunismo e a total falta de uma linha coerente para as respectivas pretensões a um mínimo de respeito para a nossa diplomacia tradicional.
Com efeito, foram sete os senadores republicanos que votaram pela condenação de Trump: Richard Burr (Carolina do Norte), Susan Collins (Maine), Bill Cassidy (Lousiana), Lisa Murkowski (Alasca), Mitt Romney (Utah - este velho adversário de Trump), Ben Sasse (Nebraska), e Pat Toomey (Pennsilvania). No julgamento do primeiro impeachment contra Trump, apenas Romney que é inimigo de Trump votara contra o então presidente. Donald Trump se tornou a primeiro presidente americano a enfrentar dois processos de impeachment. Agora, se deseja continuar relevante, o seu desafio é permanecer à frente da direita populista até 2024, se quiser concorrer uma vez mais à Casa Branca
(Fontes: Folha de S. Paulo e cobertura da Rede Globo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário